Folha de S.Paulo

“Comprei tanto que quebrei o carrinho que eu trouxe para levar os produtos”, afirma.

- JOANA CUNHA

DE SÃO PAULO

As demonstraç­ões de retomada da economia observadas no primeiro semestre deixaram a indústria e o comércio com a esperança de que 2017 terá um Natal mais próspero. Ainda é cedo para fazer previsões de como serão as vendas no fim do ano, mas os primeiros indicadore­s sinalizam melhora.

O fluxo de consumidor­es que visitaram os bairros do comércio popular paulistano durante o mais recente feriado, de 12 de outubro, foi visto por lojistas como prenúncio.

As vendas do comércio para o Dia da Criança subiram 2,7% sobre igual período de 2016, segundo a Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) —após dois anos de quedas consecutiv­as.

É na semana do 12 de outubro que as estimativa­s para o fim do ano ficam mais firmes, porque é quando os lojistas de outras regiões via- 2005 2006 2007 2008 2009 jam a São Paulo para começar a se abastecer dos produtos que revenderão no Natal.

“Foi o melhor feriado prolongado de vendas no ano”, diz Nelson Tranquez, presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas do Bom Retiro, bairro que concentra o atacado de moda em São Paulo.

O sentimento geral já é de otimismo, afirma Emílio Alfieri, economista da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), usando como indício a alta de sete pontos no índice de confiança 2010 2011 2012 da entidade em setembro.

A sacoleira Márcia Turu, que revende na Baixada Santista as roupas que compra no atacado do Bom Retiro, passeava de sacolas cheias pelo bairro na sexta-feira (13).

“Perdi metade das vendas desde 2015, mas agora as clientes estão voltando a fazer pedidos. Estou com fé”, diz.

Nos atacadista­s do Brás, a revendedor­a Esmeralda Rodrigues foi buscar produtos para abastecer o estoque de Natal de sua pequena loja em Mogi das Cruzes (SP). 2013 2014 LEMBRANCIN­HA O que justifica a animação, segundo Luís Augusto Ildefonso, da Alshop (associação de lojistas de shoppings), são sinais como a queda da inflação e juros menores ao longo do ano. Mas o desemprego inspira cautela e a perspectiv­a de que este fim de ano ainda não vai superar o rótulo de “Natal das lembrancin­has” que marcou 2015 e 2016.

“O gasto médio diminuiu muito nos últimos anos. Ainda não esperamos uma mudança significat­iva nisso”, diz Gustavo Dedivitis, presidente da Fevabrás (que reúne atacadista­s e varejistas do comércio popular do Brás).

Ildefonso diz que não espera resultados excepciona­is, “mas, como os dois últimos anos foram terríveis, o que vier agora será um alento”.

No ano passado, a Alshop registrou queda de 9,1% no total de vendas em shoppings, descontada a inflação.

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