Estudei direito. Não gostava. Gostava mesmo é do que eu faço. Mas havia uma série de impedimentos familiares.
PRESIDENTES Eu tenho 84 anos de idade. Estou até hoje esperando para ter a lembrança de um bom presidente. Não me recordo de nenhum que eu possa dizer “foi o melhor presidente do período da tua vida”. Ninguém. Ninguém.
E agora, votar em quem? No Lula? Já votei quatro vezes. Seria sadismo. [Jair] Bolsonaro, o retrocesso do retrocesso? Vou votar nisso? Ciro Gomes, que explode a toda hora? João Doria? Começou bem, mas tá se perdendo. Pela madrugada! Não tem.
Você votaria no [juiz] Ser- COMEÇO Eu comecei com 15 anos, em Curitiba, onde nasci, fazendo rádio. São 68 anos de rádio, de teatro, de cinema. Nunca estudei teatro. Sou autodidata. Aprendi fazendo.
O grande prazer dos pais era dar um canudinho [diploma] para pendurar em uma parede qualquer. Eu queria vir para SP, fazer a EAD [Escola de Arte Dramática da
Eu não me casei nunca. Sou absolutamente solteiro.
Aos 31 anos, a família me pressionando, comecei a namorar uma menina em Curitiba. Íamos casar. E a mãe dela perguntou: “Você vai continuar no teatro depois do casamento?”. Foi uma péssima pergunta. Fui-me embora. Nunca mais apareci. Graças a Deus não me casei. SÃO PAULO Quando conheci SP, eu não queria ir embora daqui. Fiquei maravilhado. Vim de trem com a turma do colégio. Assim que cheguei, fui ver a Cacilda Becker no TBC (Teatro Brasileiro de Comédia). Menina, quando eu vi aquela mulher e o teatro que se fazia aqui, eu disse “é isso o que eu tenho que fazer, gente. Eu não posso mais ir embora”.
Hoje, com todo o auxílio, o teatro é deficitário. O público não vai mais como antes. Fazíamos até nove sessões por semana. Hoje, são três. Num teatro de 400 lugares, você tem que dar 90 convites para ONGs, como contrapartida da lei [de incentivo]. O produtor, para ganhar, terá que esperar seis meses.