Folha de S.Paulo

Encontro em São Paulo debate luta contra a corrupção

- Marina Silva, que participou de debate nesta segunda em São Paulo sobre os impactos econômicos dos desmatamen­tos

“Quem tem compreensã­o política não age de acordo com o sabor das ondas.” Com essa frase, Marina Silva (Rede) respondeu à crítica feita por Ciro Gomes, pré-candidato pelo PDT às eleições de 2018.

Ciro disse, em evento no dia 19 de outubro no Rio, que o “momento é muito de testostero­na”.

“Não a vejo [Marina] com energia, e o momento é muito de testostero­na. É mau para o Brasil, mas é um momento muito agressivo e ela tem uma psicologia avessa a isso”, declarou o ex-ministro.

Na saída de um debate sobre impactos econômicos do desmatamen­to, promovido pelo Instituto Escolhas e pela Folha, Marina defendeu que o importante é discutir programas e ideias.

A ex-ministra do Meio Ambiente disse que agiu da mesma forma nas eleições de 2010 e 2014 e que essa postura é a sua contundênc­ia, sua energia. “É discutir projeto de país e não projeto de poder.” Disse ainda que em breve o partido fará o anúncio de quem concorrerá ao pleito.

Sobre a suposta crise ideológica da Rede, ela disse que “não há divergênci­as”.

Para Marina, todo o partido concorda com sua dinâmica, de uma “construção pro- MARINA SILVA gramática”.

Caso alguém queira deixar a sigla, no entanto, ela diz que é uma atitude democrátic­a. “Aqueles que, porventura, não são acostumado­s com a cultura [da Rede], que gostariam de algo mais verticaliz­ado, a exemplo dos partidos marxistas-leninistas, foram saindo mesmo”, disse em relação aos nomes que já abandonara­m o partido desde 2010.

“Estamos fazendo um trabalho de construção qualitativ­o, não apenas quantitati­vo”, afirmou a ex-senadora (AC).

Marina criticou a reforma política por dificultar o acesso dos partidos menores ao fundo partidário.

“É uma assimetria muito grande, cerca de 96% dos recursos do fundo eleitoral ficarão com PT, PMDB, PSDB e DEM”, disse Marina. “Mesmo as candidatur­as que têm legitimida­de e inserção social não terão espaço na propaganda pública eleitoral.”

Apesar das dificuldad­es financeira­s, Marina acredita que o “povo brasileiro” saberá reconhecer quem quer “passar o Brasil a limpo”. “Talvez a gente precise de uma experiênci­a onde quem ganha é a postura e não a estrutura.”

Na última pesquisa Datafolha Marina está empatada tecnicamen­te em segundo lugar com o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ). O expresiden­te Luiz Inácio Lula da Silva lidera. DE SÃO PAULO - O ciclo “Ética, Mídia e Transparên­cia: Os Desafios Atuais do Combate à Corrupção” será realizado na tarde desta terça-feira (31), no Insper (rua Quatá, 300), a partir das 14 horas.

Participar­ão Carlos Ayres Britto, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Fábio Medina Osório, ex-advogado-geral da União, e Carlos Fernando Lima, procurador da Lava Jato, entre outros convidados. Na abertura será exibido vídeo do juiz Sergio Moro.

O editor-executivo da Folha, Sérgio Dávila, o editor-chefe da revista “Época”, Diego Escosteguy, e o professor do Insper Fernando Schüler debaterão o papel da mídia no tema.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site www.insper.edu.br.

“porventura, não são acostumado­s com a cultura [da Rede], que gostariam de algo mais verticaliz­ado, a exemplo dos partidos marxistasl­eninistas, foram saindo mesmo

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Reinaldo Canato/Folhapress SEMINÁRIO

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