Corte impede veto a militares transgêneros
DE SÃO PAULO
Uma Corte federal americana impediu nesta segunda (30) que o governo de Donald Trump aplique sua proibição de que transgêneros sirvam nas Forças Armadas do país.
Um grupo de militares transgêneros pedira que a corte bloqueasse a proibição enquanto avaliasse suas alegações de que ela viola os direitos ao devido processo e à igual proteção perante a lei.
A juíza Colleen Kollar-Kotelly disse que os demandantes tinham direito a uma injunção suspendendo a proibição até a resolução do caso.
Em julho, Trump anunciou a decisão de banir pessoas transgêneros das Forças Armadas, em uma reversão de política adotada por seu antecessor, Barack Obama.
Na ocasião, o republicano alegou ter consultado generais e especialistas militares e afirmou que “as Forças Armadas precisam se concentrar na vitória decisiva e esmagadora e não podem estar sobrecarregadas com os tremendos custos médicos dessas pessoas”.
Segundo a consultoria Rand, havia em 2016 2.500 transgêneros em um efetivo de 1,3 milhão e eles representariam um acréscimo entre 0,01% e 0,13% no total destinado à saúde dos militares da ativa.
No governo Obama, o Departamento da Defesa havia anunciado que membros das forças não poderiam ser dispensados só com base em sua identidade de gênero. Transgêneros poderiam se alistar a partir de 1º de janeiro de 2018, prazo que, com a decisão judicial, está mantido.
“As vidas deles haviam sido devastadas. Agora eles poderão servir em termos iguais aos de todo mundo”, afirmou Shannon Minter, do Centro Nacional dos Direitos das Lésbicas, advogada do processo.