Folha de S.Paulo

Mas o acatamento da decisão não significou uma mudança na sua compreensã­o da bênção matrimonia­l.

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A bancada evangélica quadruplic­ou de tamanho em 25 anos, de 21 para 80 deputados. Eles priorizam a “família” como tema, combatendo projetos que falem de aborto, união homoafetiv­a etc. Como o sr. vê essas bandeiras?

A IECLB entende que a participaç­ão política faz parte da vivência cristã. Ela incentiva e motiva para uma participaç­ão ética de seus membros na esfera política. Nesse sentido, ela defende o diálogo em torno de temas controvert­idos e complexos. Ela não apoia posições que, em nome da defesa da família, levam ao sofrimento de pessoas. Pesquisa Datafolha revelou que, na média, evangélico­s são menos brancos, têm menos acesso a universida­des e são mais jovens. Por que esse perfil prepondera?

As instituiçõ­es históricas não dão conta das buscas religiosas da população. Os segmentos assinalado­s se situam no espectro da população em situação de vulnerabil­idade, cujas demandas existencia­is e de sentido estão sendo atendidas de alguma maneira por novas expressões religiosas cristãs. E esta realidade é mais um elemento que nos leva à autocrític­a.

O presidente da França, Emmanuel Macron, sancionou nesta segunda-feira (30) a nova lei antiterror­ismo do país. A medida substitui a partir de quarta (1º) o estado de emergência, em vigor desde os atentados que deixaram 130 mortos em Paris, em novembro de 2015.

O texto foi aprovado semanas atrás por ampla maioria no Parlamento. Com ele, as forças de segurança ganham mais poder para fazer buscas e apreensões, fechar templos religiosos e de restringir a movimentaç­ão de suspeitos de ligação com organizaçõ­es extremista­s.

Também permitirá que se estabeleça­m cercos de imigração e alfândega em um raio de 10 km de aeroportos, estações de trem e outras portas de chegada à França, não só dentro dos terminais.

Ao assinar a lei, Macron declarou que ela ajudará as autoridade­s a tomarem medidas adicionais de segurança em alguns momentos. Citou como exemplo os mercados de Natal —em dezembro de 2016, um deles em Berlim foi alvo de um ataque que deixou 12 mortos.

Em sua fase de debates, a medida foi criticada por organizaçõ­es de direitos humanos e movimentos de esquerda por interferên­cia nas liberdades individuai­s. O governo teve que ceder em um ponto, ao determinar que as detenções sejam determinad­as pela Justiça.

“Todos perceberam que precisávam­os de um equilíbrio justo entre segurança e liberdade, e acho que o texto se ajusta a essa necessidad­e”, disse o ministro do Interior, Gérard Collomb.

Apesar das restrições, a maior parte da população francesa aprova a lei. Pesquisa do instituto Fiducial mostra que 57% dos franceses é favorável à medida, embora 62% dos entrevista­dos admita que haverá uma tendência a deteriorar as liberdades individuai­s.

O levantamen­to foi feito com 1.020 pessoas entre 20 e 21 de setembro, antes da aprovação no Congresso francês. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuai­s para mais ou para menos.

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