Precursor de uma linhagem de papais noéis

O nome de sonoridade divertida era só a primeira das simpáticas características de Vitautas Sakatauskas.

Conhecido como o Papai Noel de Osasco (SP) pelo ofício que abraçou após a aposentadoria, Vitautas trabalhou desde cedo, no interior paulista. Lituanos, os pais vieram para o Brasil fugindo da Primeira Guerra. Viveram nas paulistas Marília, onde nas- ceu o primeiro dos sete filhos, Vitautas, e Pompeia, antes de se estabelecerem na região metropolitana de São Paulo.

Com a família numerosa, o menino ajudava nas contas fazendo entregas de um armazém. Não pararia —trabalhou enquanto a saúde permitiu.

“Ele dizia que teve muitas profissões, mas que a mais bela e sublime é a de Papai Noel”, diz Carlos, um dos três que depois seguiram a ocupação do irmão mais velho.

Com olhos azuis e uma barba branca bonita, Vitautas encarnou bem o bom velhinho. Visitava à caráter crianças internadas em hospitais ou entidades de assistência, como o Laramara, instituição que atende cegos.

“Ele ia com a fantasia completa, fazia questão. Os cegos são os que mais enxergam, porque eles veem a alma”, diz o irmão. Representou a figura natalina por mais de duas décadas no Osasco Plaza Shopping, fazendo sucesso não apenas com as crianças —Carlos conta que viu muitos adultos chorarem. “É gratificante.”

O Papai Noel se foi no dia 23, um dia após completar 84 anos, por falência de múltiplos órgãos após um câncer de mama. Deixa a mulher, Maria de Lourdes, os filhos Amauri, Sérgio Vitor, Alexsandro e Douglas, dez netos, dois bisnetos e dois irmãos. coluna.obituario@grupofolha.com.br 1º ANO

Nesta terça (31/10) ao meio-dia, na Igreja Nossa Senhora do Brasil, praça Nossa

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