PT se reaproxima dos Calheiros em Alagoas
Depois de rompimento em 2016, partido voltará a integrar o governo peemedebista
Um ano depois de romper com o governador Renan Filho (PMDB) após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o PT de Alagoas aprovou em reunião da sua executiva nesta terça (31) o retorno à base aliada e ao governo do peemedebista.
A aliança foi selada com as bênçãos do ex-presidente Lula, que nos últimos meses se reaproximou do senador Renan Calheiros (PMDB), pai do governador.
Presidente estadual do PT, o advogado Ricardo Barbosa afirma que a decisão foi tomada por motivos “de ordem política e estratégica”.
“Temos observado um afastamento de importantes lideranças do governo de Temer e dos golpistas. O senador Renan fez um movimento nesse sentido, o que abriu a possibilidade de uma reaproximação”, afirma.
A decisão foi precedida de uma reunião com Lula, em São Paulo, há cerca de um mês. “Ele sinalizou que via com simpatia a ideia [de retorno ao governo Renan Filho] e decidimos acelerar este debate”, diz Barbosa.
O movimento já vinha sendo gestado desde agosto, quando Lula passou por Alagoas em sua caravana pelo Nordeste e trocou afagos com o senador.
A partir da decisão da executiva, o PT vai iniciar as tratativas com Renan Filho para voltar ao governo. O pleito dos petistas é assumir a Secretaria da Educação, hoje ocupada pelo vice-governador Luciano Barbosa (PMDB).
O retorno do PT ao governo, contudo, foi alvo de críticas de setores do partido. Correntes minoritárias elaboraram um manifesto no qual rechaçam a reaproximação com o governador.
No documento, assinado por militantes históricos do partido, os petistas afirmam que o “retorno do PT ao governo Renan só trará prejuízos ao processo de reconstrução de nosso partido e o afastará de suas bases sociais”.
E lembram da resolução do diretório nacional que proíbe “alianças eleitorais com golpistas”. O senador Renan Calheiros foi um dos que votaram a favor do impeachment de Dilma, em 2016.
Além de Alagoas, PT e PMDB têm se aproximado em outros Estados do Nordeste, como no Ceará e no Piauí, hoje governados por petistas.