Nomeado e gestão tucana dizem não haver interferência
DE SÃO PAULO
O engenheiro Alexis Beghini afirma que sua trajetória e a relação do seu pai com os empresários de limpeza urbana não vão interferir em seu trabalho de fiscalizador na Prefeitura Regional da Sé.
“Não há conflito de interesses. Se você olhar pela ótica do poder público, é muito melhor. Todos aqueles vícios, erros e macetes conhecidos eu vou bater. Por exemplo, eu soube que a [empresa] Inova cortou em alguns bairros parte do efetivo. Sabendo disso, convoquei o presidente da Inova, porque não podemos ficar sem áreas cobertas”, diz.
“Nunca um diretor da [empresa] Loga tinha vindo na Sé. Agora já estão vindo para começar justamente a trabalhar. Estamos usando o conhecimento a nosso favor”, diz, ressaltando que o pai não teve relação com a nomeação.
A gestão João Doria diz que Alexis Beghini foi indicado ao cargo por suas qualificações. “É engenheiro civil formado pela Universidade Anhembi Morumbi [em 2015], frequentou cursos de gestão e liderança; negociação e gestão de pessoas e desenvolvimento da capacidade emocional; todos cursados na FGV. É fluente em inglês e espanhol”, afirma, em nota.
Além disso, a prefeitura rejeita qualquer possibilidade de conflito de interesses.
“O fato de Alexis ser filho de um executivo não o torna suspeito liminarmente. Qualquer ilação em contrário chega a ser ofensiva ao funcionário, pois parte da premissa de que, na função, ele estaria predisposto a prevaricar.”
A gestão diz que, em menos de um mês após a posse, houve “75 autuações de não conformidades da varrição, e todas enviadas para a gestora do contrato”. Afirma que a média mensal é perto de 50.
“Alexis já detectou algumas falhas em relação à instalação de papeleiras, além de outros problemas relacionados à questão do descarte de lixo e resíduos”, diz. (GS)