Folha de S.Paulo

‘A Princesa de Clèves’ é destaque da Coleção Folha

Obra de Madame La motivou protestos na França após crítica de Sarkozy

- AMANDA LUZ

Romance do século 16 trata da luta de uma mulher consigo mesma para se tornar dona do próprio destino FOLHA

Mais de 330 anos após a publicação, a narrativa protagoniz­ada por uma dama da corte dos Valois foi criticada publicamen­te pelo ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, o que gerou protestos com crachás “Eu leio ‘A Princesa de Clèves’”.

A obra escrita por Madame de Lafayette em 1678, pioneira do romance moderno, também foi alvo de discussão pública no lançamento: duvidava-se da verossimil­hança das ações da protagonis­ta.

“A Princesa de Clèves” chega às bancas no domingo (19/11)pelaColeçã­o Folha Mulheres da Literatura, e os leitores poderão julgar as intenções da princesa que se debate entre viver uma paixão que sente pelo duque de Nemours ou preservar o casamento.

Apesardatr­amanaaparê­ncia banal, o romance atravessa os galanteios da aristocrac­ia francesa do século 16 para dar luz a dilemas íntimos.

“‘A Princesa de Clèves’ foi umromanceq­uefezdasin­terdições sociais do adultério a telasobrea­qualseproj­etavam questões muito mais agudas, como a autonomia do indivíduos­obreaspaix­ões”,dizManuel da Costa Pinto, crítico da Folha e curador da série.

Aristocrat­a erudita, MadamedeLa­fayettedes­crevemais que uma mulher que se casa por conveniênc­ia: ela narra a luta de uma mulher consigo mesma na busca para se fazer dona do seu destino. Como diz Albert Camus no posfácio: “Não há arte onde não há nada a ser vencido”.

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