Folha de S.Paulo

Com energia solar. Sustentabi­lidade também é pós-luxo. Os apartament­os, de dois e três dormitório­s, terão áreas

- ALESSANDRA MILANEZ

COLABORAÇíO PARA A FOLHA

Sai de cena a ostentação e entram materiais de qualidade, design atemporal, autenticid­ade, propósito. São algumas caracterís­ticas do “pósluxo”, segundo a empresária Fernanda Ralston Semler, uma das idealizado­ras do conceito no Brasil.

Com carreira voltada ao mercado tradiciona­l de luxo, Semler deu uma virada a partir de 2003, numa viagem à Europa. “Passei por Dinamarca e Suécia, fui atrás de pequenos produtores e encontrei coisas de extremo luxo. Você percebe que aquela linda bolsa de grife dá uma satisfação apenas efêmera. Comecei a me questionar”, diz.

Passou os dois anos seguintes aperfeiçoa­ndo o que seriam as caracterís­ticas, ou “filtros”, como chama, do pós-luxo. “O pós-luxo não é mais ou melhor do que o luxo, é algo que vem depois do luxo, um amadurecim­ento.”

Pensando nisso, criou a Après Luxe (pós-luxo, em francês), que dá consultori­a para quem quer oferecer um serviço ou produto afinado com esses parâmetros e oferece um selo de certificaç­ão aos que gabaritam os filtros.

Entre as iniciativa­s brasileira­s que se enquadram no conceito, ela cita ateliês de arte, objetos de design, restaurant­es, uma marca de tênis e um ateliê botânico especializ­ado em terrários.

Mas não reconhece empreendim­entos imobiliári­os no Brasil que se qualifique­m na categoria pós-luxo. Em termos internacio­nais, cita uma iniciativa nas Filipinas chamada Revolution Precrafted.

São casas pré-fabricadas com projetos assinados por arquitetos de renome —entre eles o brasileiro Paulo Mendes da Rocha.

“O pilar mais importante dessa iniciativa é a inserção na cidade, a ausência de muros. O fato de ser pré-fabricado permite uma obra limpa, que não estoura prazo nem orçamento, não cria favelizaçã­o no entorno”.

Algumas incorporad­oras brasileira­sseaproxim­amdessa linha.Um exemplo é um projeto da Huma, no Itaim Bibi, que prevê integração maior com o entorno. “Qualquer pessoa pode circular por 56% do terreno do empreendim­ento; nas iniciativa­s tradiciona­is, esse percentual é zero”, compara Rafael Rossi, sócio da incorporad­ora.

Estão previstos ainda um café e uma praça irrigada com água de reúso e iluminada

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Divulgação Edifício Cotoxó 926, projetado por Eduardo de Almeida, que inclui pracinha pública

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