Com energia solar. Sustentabilidade também é pós-luxo. Os apartamentos, de dois e três dormitórios, terão áreas
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Sai de cena a ostentação e entram materiais de qualidade, design atemporal, autenticidade, propósito. São algumas características do “pósluxo”, segundo a empresária Fernanda Ralston Semler, uma das idealizadoras do conceito no Brasil.
Com carreira voltada ao mercado tradicional de luxo, Semler deu uma virada a partir de 2003, numa viagem à Europa. “Passei por Dinamarca e Suécia, fui atrás de pequenos produtores e encontrei coisas de extremo luxo. Você percebe que aquela linda bolsa de grife dá uma satisfação apenas efêmera. Comecei a me questionar”, diz.
Passou os dois anos seguintes aperfeiçoando o que seriam as características, ou “filtros”, como chama, do pós-luxo. “O pós-luxo não é mais ou melhor do que o luxo, é algo que vem depois do luxo, um amadurecimento.”
Pensando nisso, criou a Après Luxe (pós-luxo, em francês), que dá consultoria para quem quer oferecer um serviço ou produto afinado com esses parâmetros e oferece um selo de certificação aos que gabaritam os filtros.
Entre as iniciativas brasileiras que se enquadram no conceito, ela cita ateliês de arte, objetos de design, restaurantes, uma marca de tênis e um ateliê botânico especializado em terrários.
Mas não reconhece empreendimentos imobiliários no Brasil que se qualifiquem na categoria pós-luxo. Em termos internacionais, cita uma iniciativa nas Filipinas chamada Revolution Precrafted.
São casas pré-fabricadas com projetos assinados por arquitetos de renome —entre eles o brasileiro Paulo Mendes da Rocha.
“O pilar mais importante dessa iniciativa é a inserção na cidade, a ausência de muros. O fato de ser pré-fabricado permite uma obra limpa, que não estoura prazo nem orçamento, não cria favelização no entorno”.
Algumas incorporadoras brasileirasseaproximamdessa linha.Um exemplo é um projeto da Huma, no Itaim Bibi, que prevê integração maior com o entorno. “Qualquer pessoa pode circular por 56% do terreno do empreendimento; nas iniciativas tradicionais, esse percentual é zero”, compara Rafael Rossi, sócio da incorporadora.
Estão previstos ainda um café e uma praça irrigada com água de reúso e iluminada