Mortos por tremor no Irã superam 450
Má qualidade das construções na região, erguidas no governo Ahmadinejad, agravou tragédia, dizem moradores
Terremoto na fronteira com Iraque, que deixou 7.000 feridos e 70 mil sem teto, é o mais letal no país desde 2003
Em dezembro de 2003, um terremoto de magnitude 6,6 matou 31 mil pessoas e devastou a cidade histórica de Bam, a sudeste de Teerã. Em 2012, um duplo terremoto matou cerca de 300 pessoas.
Segundo o Crescente Vermelho, a organização análoga à Cruz Vermelha que atua em países majoritariamente muçulmanos, cerca de 70 mil pessoas precisam de abrigo.
O governo da Itália anunciou nesta segunda que enviaria 12 toneladas de suprimentos —entre tendas, cobertores e equipamento de cozinha— para as vítimas.
Os esforços de resgate são prejudicados por deslizamentos causados pelo terremoto e pela obstrução de estradas na região, onde muitas cidades e vilarejos são construídos com tijolos de barro e ruíram com o tremor.
Alguns residentes atribuíram a tragédia à fragilidade das construções, muitas delas erguidas durante um programa de moradia popular do governo de Mahmoud Ahmadinejad (2005-2013).
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, discursou transmitindo condolências e pedindo que as equipes de resgate continuem os esforços de busca.
“As autoridades devem se apressar nessas primeiras horas, com toda sua determinação, para ajudar os feridos e sobretudo aqueles ainda presos sob os escombros”, diz o comunicado transmitido por seu gabinete.
O governo iraniano decretou três dias de luto. “The New York Times”