Folha de S.Paulo

O Irã fica em uma região de falhas tectônicas especialme­nte sujeita a tremores.

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Pelo menos 450 pessoas morreram em decorrênci­a do terremoto que atingiu a região noroeste do Irã, perto da fronteira com o Iraque, na madrugada de domingo para segunda (13), e dezenas de milhares estão desabrigad­as.

Segundo a TV estatal iraniana, o tremor, de magnitude 7,3 segundo o Instituto de Pesquisa Geológica dos EUA, foi o mais mortífero a atingir o país desde 2003 e o mais letal no mundo neste ano. Há ainda cerca de 7.400 feridos.

O epicentro fica a cerca de 30 km da cidade iraquiana de Halabja, na região do Curdistão iraquiano, próxima à fronteira iraniana.

Ao longo desta segunda, equipes de resgate continuava­m trabalhand­o na província iraniana de Kermanshah, onde deslizamen­tos de terra dificultar­am as buscas, para resgatar sobreviven­tes e retirar corpos dos escombros, enquanto o saldo de mortos era atualizado constantem­ente.

O abalo foi sentido em pelo menos 14 províncias iranianas, bem como em parte do Iraque, onde o solo tremeu até na capital, Bagdá.

O fornecimen­to de eletricida­de e água foi interrompi­do em várias cidades dos dois lados da fronteira, e o medo de tremores secundário­s levou muitos moradores da região a passarem a noite ao relento, apesar das baixas temperatur­as dessa época.

Sarpol-e Zahab —cidade de 85 mil habitantes que concentrou mais mortos até a tarde de ontem, 300— fica a cerca de 15 km da fronteira. Dali, segundo a agência Reuters, equipes resgataram com vida uma mulher e seu bebê.

Apesar dos esforços contínuos e de promessas, porém, autoridade­s locais afirmaram que pouca ajuda humanitári­a chegou. Faltavam cobertores, roupas de crianças, remédios e toneis para armazenar água potável. A TV estatal, junto com imagens de corpos estendidos ao lado de pessoas chorando, veiculou pedidos de doação de sangue.

Faltavam também abrigos para as dezenas de milhares de afetados na região fronteiriç­a —a maioria deles, curdos, uma minoria étnica numerosa no Irã.

Uma das imagens publicadas em redes sociais por iranianos mostrava soldados do país procurando sobreviven­tes nos escombros usando seus telefones celulares como lanternas, na falta de equipament­o adequado.

Do lado iraquiano, ao menos 13 pessoas morreram e mais de 500 ficaram feridas, segundo autoridade­s locais. DESABRIGAD­OS

 ?? Agências Tasnim/Reuters ?? Prédio semidestru­ído em Sarpol-e Zahab, cidade iraniana onde morreram mais de 300; maioria das vítimas vivia no Irã
Agências Tasnim/Reuters Prédio semidestru­ído em Sarpol-e Zahab, cidade iraniana onde morreram mais de 300; maioria das vítimas vivia no Irã

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