Álcool se recupera de queda, mas fechará 2017 no negativo
As vendas de gasolina perderam vigor, e o álcool recuperou mercado no terceiro trimestre, aponta a ANP (Agência Nacional do Petróleo).
Os dados constam do primeiro relatório desde o aumento de PIS e Cofins e da política da Petrobras de ajustar preços para acompanhar cotações internacionais.
O álcool, que havia perdido 20% de volume no primeiro semestre, ainda tem saldo negativo, mas, agora, de 16%.
Este ano vai fechar com números menos ruins, afirma Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica (união da indústria da cana).
“A melhora é decorrente dos reajustes da Petrobras, mas vamos fechar 2017 no negativo por uma questão de base de comparação.”
O saldo de importação de álcool também melhorou — neste ano, o Brasil vai comprar mais etanol que exportar, mas nos últimos três meses o país diminuiu o tamanho do déficit comercial.
“Tivemos uma avalanche de etanol importado no Nordeste, até que o setor se mobilizou e a Câmara de Comércio Exterior implantou taxa.”
Ao se incluir custos de logística, o etanol brasileiro fica mais caro que o de milho dos EUA, diz Paula Arantes, consultora da Ilos, empresa que atua no setor.
Outra consequência da variação diária de valores de combustíveis é que as vendas aos consumidores finais são menores que as entregas às redes de abastecimento, que passaram a arbitrar preços, segundo Arantes.
“Houve um movimento de aumento de estoques por parte das distribuidoras.”