‘Intrusos’ afetam voos pelo mundo até para filmar avião
Interferências de drones já atingiram aeroportos no Reino Unido, EUA e Índia
Aparelhos chegam a ser usados para fazer vídeo de pousos; problema leva empresas a adotar sistemas de proteção
A suspensão de voos em aeroportos por causa da interferência de drones, como ocorreu em Congonhas, se tornou um problema cada vez mais frequente pelo mundo. Contra isso, fabricantes de aviões e autoridades aeroportuárias têm investido em sistemas de proteção antidrones.
Em julho, a pista do aeroporto de Gatwick, em Londres, um dos mais movimentados da Europa (2º maior britânico), foi fechada duas vezes devido a alertas de avistamento de drones. Os atrasos chegaram a três horas.
A imprensa do país escreveu que a suspeita era de que alguns drones deliberadamente sobrevoam áreas próximas às pistas para filmarem a movimentação dos aviões.
Em sites como Youtube é possível achar vídeos de pousos e decolagens de aviões comerciais que supostamente foram feitos com a utilização de drones. Alguns deles inclusive em aeródromos brasileiros, como em Paraty (RJ).
O número de avistamentos de drones por pilotos no Reino Unido passou de 29, em 2015, para 71, em 2016. Até 1º de outubro deste ano, foram 81 ocorrências.
Em agosto de 2017, foi a vez do aeroporto de Nova Dheli ter seu movimento interrompido.
Houve episódios de interferências de drones também no aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, desde 2015. DEFESA Para tentar minimizar a ameaça do uso de drones, autoridades aeroportuárias estão testando e implantando tecnologias capazes de identificar essas aeronaves, rastrear seus “pilotos” e até neutralizá-las. Aeroportos brasileiros não têm essa tecnologia.
Uma companhia britânica projetou um conjunto de canhões que disparam ondas de rádio capazes de interferir na navegabilidade do drone.
O problema agora é refinar esse produto para que as ondas de rádio não interfiram em outros dispositivos, como os celulares dos passageiros.
A mesma técnica de bloqueio foi usada neste ano no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, e em visita do ex-presidente dos EUA Barack Obama à Alemanha.
Em 2015, a Boeing anunciou um superlaser capaz de atingir um drone e superaquecê-lo a ponto de ele perder controle e cair.
No Brasil, indústrias já buscam serviços de uma empresa recém-chegada que diz ser capaz de identificar drones e seus “pilotos”. A empresa afirma que esse sistema poderia ser aplicado a aeroportos, mas ele ainda é considerado incipiente. (FABRÍCIO LOBEL)
↳ Licença
Piloto precisa ter uma autorização da Anac para guiar dispositivos com mais de 25 kg ou em altitudes superiores a 400 pés (122 metros)
↳ Registro
Equipamentos com mais de 250 gramas têm que ter registro na Anac
↳ Seguro
Donos de drones acima de 250 gramas devem ter seguro que cubra danos a terceiros
↳ Responsabilidade
Piloto só pode iniciar operação se houver bateria suficiente para o drone fazer o voo e retornar à base em segurança. Além disso, o operador deve avaliar os riscos e não pode estar bêbado ou sob efeito de substâncias psicoativas