Folha de S.Paulo

Estiagem reduz colheita, mas melhora qualidade do café na mineira Cooxupé

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DE RIBEIRÃO PRETO

A falta de chuva favoreceu a qualidade do café em 2017, mas fez com que a safra fosse 16% menor no sul de Minas Gerais. Agora é uma ameaça à planta para o ano que vem na região, uma das principais produtoras do país.

A Cooxupé (Cooperativ­a Regional de Cafeiculto­res em Guaxupé), maior cooperativ­a brasileira de cafeiculto­res, tinha previsão de receber 5,6 milhões de sacas de café de 60 quilos nesta safra, mas recebeu somente 4,7 milhões.

Isso ocorreu porque os grãos ficaram menores que o esperado, devido ao regime de chuvas na região da cooperativ­a —sul de Minas, cerrado mineiro e parte de São Paulo. “A safra deste ano, quanto à qualidade da bebida, foi muito boa. Essa falta de chuva, esse ar seco, isso foi favorável à qualidade da bebida”, disse o presidente da cooperativ­a, Carlos Alberto Paulino da Costa.

De acordo com ele, a situação climática ainda poderá prejudicar a planta para o ano que vem, mas para este ano o clima foi propício.

“Apesar da qualidade da bebida, o problema que tivemos é que os grãos ficaram muito miúdos, com desenvolvi­mento inferior à média. Se for analisar a chuva de outubro até março, abril, foi regular, choveu normalment­e, mas 20% inferior ao normal”, disse o presidente da cooperativ­a, que exporta 80% do café recebido. Costa qualifica o volume de quebra de 16% como “consideráv­el”. PREÇOS Ainda que tenha recebido menos café, segundo a Cooxupé não deve haver impacto no preço ao consumidor final, pois o valor da saca caiu. Após ultrapassa­r R$ 500 no ano passado, tem oscilado entre R$ 440 e R$ 450.

Ainda conforme a cooperativ­a, quando o café estava com preço acima, a indústria não repassou as correções e, agora, há um equilíbrio.

A previsão da Conab (Companhia Nacional de Abastecime­nto) é que a safra deste ano atinja 44,77 milhões de sacas de 60 kg, inferior aos 51,37 milhões de sacas da safra passada, a maior da história do país.

Cultura bianual, o café tem um ano de safra alta e outro de baixa. Em 2015, alcançou 43,24 milhões de sacas e, no ano anterior, 50,8 milhões.

A Cooxupé tem 13 mil cooperados distribuíd­os por 200 municípios, 95% deles pequenos produtores, que vivem da agricultur­a familiar.

Segundo Costa, não é possível falar sobre prejuízo na próxima safra porque a florada acontecerá nos próximos dias e sobre a qualidade do café só será possível ter noções quanto for colhida. (MT)

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Rubens Chaves - 26.jan.2014/Folhapress Plantação de café em Baependi, ao sul de Minas Gerais

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