Picciani se afasta do comando da Alerj
Ele ficará fora até fevereiro para se defender das acusações de recebimento de propina de empresas de ônibus
Deputado chegou a passar uma noite na cadeia, mas Assembleia decidiu revogar a prisão
O presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), Jorge Picciani (PMDB), tirou licença do cargo com o objetivo, segundo ele, de se defender das acusações de recebimento de propina de empresas de ônibus que atuam no Estado do Rio.
Em nota distribuída neste domingo (19), Picciani anuncia que estará afastado de suas funções legislativas até fevereiro de 2018. Ele e seus correligionários Paulo Melo e Edson Albertassi foram presos noâmbitodaOperaçãoCadeia Velha, desdobramento da Lava Jato, na última quinta (16).
Edson Albertassi também divulgou nota anunciando que irá se licenciar a partir de terça (21) de suas atividades parlamentares até o fim do recesso de janeiro, para cuidar da defesa.
A licença de ambos é sem remuneração, mas eles mantêm as prerrogativas de depu- tado, como o foro privilegiado, por exemplo.
O mandado de prisão contra os três deputados foi expedido após uma turma de juízes do Tribunal Regional Federal da segunda região determinar, por cinco votos a zero, o encarceramento e o consequente afastamentos deles de suas funções parlamentares.
Os três, que fazem parte da cúpula do PMDB fluminense, chegaram a passar uma noite na cadeia, mas foram soltos depois que deputados decidiram (por 39 a 19) em sessão plenária revogar as prisões e o afastamento do Le- gislativo.
Eles são acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, e são suspeitos de atuar sob os interesses de empresas de ônibus, criando legislação favorável às companhias, além de garantir incentivos fiscais ao setor. A contrapartida seria o recebimento de propina.
A Justiça entendeu que o esquema, mesmo com as investigações em curso, continuava a funcionar. Esse foi o motivo para o pedido de prisão dos deputados.
Picciani, Melo e Albertassi negam as acusações que pesam contra eles.