Temer tenta nova cartada para mudar as aposentadorias
Presidente ainda busca convencer deputados a aprovarem mudanças na Previdência no início do mês de dezembro
O presidente Michel Temer faz nesta quarta (22) novo esforço para aprovar a reforma da Previdência em dezembro. Ele reunirá, no Alvorada, parlamentares da base aliada para apresentar versão modificada do texto.
O gesto ocorre sob ceticismo. Aliados estão pouco otimistas e acham difícil que ao menos 308 deputados sejam convencidos, até 6 de dezembro, a aprovar mudanças. A data para a votação no plenário foi estipulada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Segundo ele, o governo não tem hoje votos necessários, e a missão de convencer o chamado “centrão” nesse período é “quase impossível”. Ministros, porém, ainda defendem publicamente o calendário. “Claro que dá tempo”, diz Moreira Franco (Secretaria-Geral).
O relator da proposta, Arthur Maia (PPS-BA), afirma que o texto vai prever idade mínima de 62 (mulher) e 65 anos (homem) para aposentadoria. A exigência atual de pelo menos 15 anos de contribuição deve ser mantida.
A expectativa era que a nova versão mantivesse limite de dois salários mínimos para acúmulo de pensão e aposentadoria.
A proposta deve trazer ainda regra que permite receber o benefício máximo com 40 anos de contribuição, apesar de a equipe econômica ter defendido uma fórmula mais dura.
Previstas no texto original, mudanças na aposentadoria rural e em benefício pago a idosos e pessoas pobres com deficiência não serão analisadas agora. Leia “Além da mala”, sobre declarações desastradas do novo diretor-geral da PF, e “Universidades doentes”, acerca de crise das instituições paulistas.