Folha de S.Paulo

O negócio é de 30 anos, o investidor não liga para eleição

PARA PRESIDENTE DA ELETROBRAS, COINCIDÊNC­IA DA PRIVATIZAÇ­ÃO COM PERÍODO ELEITORAL NÃO PREJUDICAR­Á DESESTATIZ­AÇÃO

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governo tem 60% da companhia, que não paga dividendo e nenhum centavo de imposto.

A AES Tietê, a Tractebel , fazem a mesma coisa, têm lucro, pagam dividendo aos acionistas, e Imposto de Renda para o governo. A Oi entrou em recuperaçã­o judicial com 6,2 vezes o Ebitda. Estávamos em 9 vezes, reduzi para 4,1 no último trimestre. A venda de seis distribuid­oras nas regiões Norte e Nordeste vai ficar para depois de abril?

Não, saem em abril. A Eletrobras vai ter de assumir o patrimônio líquido negativo delas para cada uma das seis valer R$ 50 mil. O investidor que se compromete­r a cobrar menos levará. No dia, o vencedor terá de depositar 30% do investimen­to a ser feito em cinco anos. Chesf e Furnas ficarão de fora?

Nada fica de fora. A empresa que faz sentido existir é uma holding com suas quatro principais operações: Chesf, Eletronort­e, Eletrosul e Furnas. É a sinergia da holding e o tamanho dela que fazem sentido. Já vamos ter de tirar Eletronucl­ear e Itaipu.

O projeto será muito importante. Algo que não se vê: o rio São Francisco nos últimos 20 anos perdeu muita água. Só se consegue recuperá-lo se investir entre R$ 300 milhões e R$ 500 milhões ao ano. O governo esperará a decisão do STF sobre valores com que geradoras arcam ao não entregar a energia contratada?

Não sei de onde veio essa notícia, e nenhum ministro sabe. Mesmo se o governo quisesse aguardar a decisão do STF, o preço da privatizaç­ão não mudaria.

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