Folha de S.Paulo

Marinha suspende 2 enquanto investiga sumiço de submarino

Medidas disciplina­res revoltam subordinad­os; pela 1ª vez desde que San Juan sumiu, porta-voz não dá entrevista

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Imprensa argentina diz que punição visa a garantir transparên­cia; autoridade­s discutem até quando levar buscas

Quase um mês após o desapareci­mento do ARA San Juan, o chefe da Marinha argentina, Marcelo Srur, suspendeu de suas funções nesta terça-feira (12) dois comandante­s da força, enquanto avança uma investigaç­ão interna sobre o submarino.

Um dos suspensos foi o comandante de Adestramen­to e Alistament­o, Luis López Mazzeo, baseado em Puerto Belgrano, informou o ministro da Defesa, Oscar Aguad, ao jornal “La Nación”.

O outro foi o chefe da Base da Marinha de Mar del Plata, Gabriel González, que havia pedido a antecipaçã­o de sua aposentado­ria após o desapareci­mento do submarino.

Não está claro se o comandante da Força de Submarinos, Claudio Villamide, também foi suspenso.

Uma fonte da Marinha afirmou à TV Todo Noticias que as suspensões ocorreram “para garantir a transparên­cia da investigaç­ão do desapareci­mento”.

O canal informou ainda que as autoridade­s estão debatendo “a portas fechadas” até quando levar adiante a busca pela embarcação.

O San Juan ia de Ushuaia para Mar del Plata quando perdeu comunicaçã­o com o controle em 15 de novembro. Mensagens reveladas posteriorm­ente mostraram que uma entrada de água no tanque de baterias havia provocado um curto circuito com princípio de fogo.

Além da avaria interna, revelou-se a ocorrência de um “evento anômalo, singular, curto, violento e não nuclear, consistent­e com uma explosão” em um ponto próximo a onde a nave desaparece­u.

A suspensão de Mazzeo “por falta de disciplina” provocou reações entre seus subordinad­os, que pediram aposentado­ria —segundo o “Clarín”, seriam três oficiais de alta patente.

A tensão dentro da Marinha acabou fazendo com que não se realizasse na terça a tradiciona­l entrevista coletiva do porta-voz Enrique Balbi —é a primeira vez que isso ocorre em quase um mês.

A investigaç­ão interna se detém sobre a demora em informar o presidente argentino, Mauricio Macri, e o minis- tro Aguad acerca da perda de comunicaçã­o. É investigad­o ainda desde quando a Marinha tinha informação sobre a explosão na região onde estava o San Juan. Outro ponto é por que o Executivo não foi informado sobre as falhas apontadas pelo comandante antes do sumiço.

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Esteban Felix/AP Zulma Vallejos (2ª a partir da esq.), mãe de tripulante, é abraçada na base de Mar del Plata

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