Folha de S.Paulo

Dólar atinge maior cotação em seis meses

-

DE SÃO PAULO

O dólar atingiu o seu maior valor em quase seis meses, sob a expectativ­a de que o Fed (banco central dos Estados Unidos) deve, pela terceira vez neste ano, aumentar a taxa de juros.

O dólar comercial (referência para o comércio exterior) se valorizou 0,93%, para R$ 3,329, atingindo o maior patamar desde 23 de junho deste ano, quando foi cotado a R$ 3,339. O dólar à vista (referência para o mercado financeiro) teve alta de 0,96%, para R$ 3,331.

Na Bolsa brasileira, a sessão foi de forte instabilid­ade, mas o Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas, subiu 1,39%, para 73.813,53 pontos.

A alta do dólar foi puxada pelo possível aumento de juros americanos, que pode atrair para os EUA recursos hoje estão aplicados em mercados emergentes como o Brasil, que oferecem hoje juros mais altos, mas com um risco maior para o investidor.

Na reunião desta quarta (13), o Fed deve elevar os juros para a faixa entre 1,25% e 1,5%. Está previsto também discurso da atual presidente do Fed, Janet Yellen, e projeções para a economia americana nos próximos anos.

“O que a Yellen vai falar é pouco relevante, e a alta dos juros está nos preços. O mais importante são as projeções de membros do Fed quanto à taxa de juros”, diz Ignacio Crespo, economista da Guide Investimen­tos.

No mercado cambial, o dólar ganhou força ante 24 das 31 principais divisas do mundo, segundo levantamen­to da agência Bloomberg. INDEFINIÇíO Além disso, segue no radar dos investidor­es o esforço que o governo está fazendo para votar a Previdênci­a neste ano, apesar de o Planalto começar a acenar com a possibilid­ade de discutir o assunto somente em fevereiro do ano que vem, após o fim do recesso parlamenta­r.

Nesta terça, o presidente Michel Temer afirmou que, se não houver votos neste ano, tentará marcar uma nova data para a reforma da Previdênci­a em fevereiro.

A meta inicial do governo era votar a proposta em 6 de dezembro na Câmara. Depois o objetivo passou a ser nesta semana e, agora, é na semana que vem.

“A gente está cético, não achamos que vai passar ou avançar. Se não passar, poderá ter piora de mercado, mas o impacto será bem mais positivo com a aprovação do que negativo com a rejeição”, afirma Crespo.

O texto precisa do aval de dois terços dos deputados (308 votos) em dois turnos para ser aprovado, mas os cálculos do governo apontam que há hoje o apoio de cerca de 270. Em caso de sucesso para a proposta defendida pelo governo, o projeto segue para o Senado.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil