Folha de S.Paulo

Apoia integralme­nte.”

- Cadeiras não usadas são empilhadas no fundo de salão do Planalto do presidente Michel Temer com empresário­s

Com dificuldad­es de conquistar o apoio necessário para aprovar a reforma da Previdênci­a, o presidente Michel Temer pediu ajuda a empresário­s e fez um apelo ao PSDB em novo esforço para tentar votar a proposta neste ano.

Durante um evento esvaziado, Temer recebeu investidor­es e representa­ntes do setor produtivo no Planalto nesta terça-feira (12) e pediu que eles pressionem deputados e senadores a apoiar o texto.

O presidente disse ser “legítima” a preocupaçã­o dos parlamenta­res em votar a favor de uma proposta considerad­a impopular às vésperas das eleições. Ele ressaltou, contudo, que, se a medida não for aprovada agora, será tema presente na disputa do ano que vem.

“A hora é agora, e é por isso que queremos aprovar neste mês. Não se pode dizer que, se não aprovar neste ano, é uma derrota, porque não será. Mas queremos que isso aconteça agora, porque aí tira isso da frente”, afirmou.

O salão principal do Planalto foi preparado para o encontro com centenas de cadeiras, mas o público foi menor que o esperado e parte dos assentos precisou ser retirada.

Cerca de 150 pessoas participar­am do evento —entre elas, ministros e assessores que foram convocados para dar volume ao encontro.

MICHEL TEMER

presidente da República

A assessoria de imprensa do governo não divulgou a lista de empresário­s presentes, o que é incomum em encontros desse tipo.

Para dar argumento aos empresário­s na busca por votos, Temer destacou que a imprensa tem demonstrad­o posição favorável à reforma.

“Não há momento melhor. Os senhores podem perceber que a imprensa toda brasileira, sem exceção, está apoiando com editoriais e notícias. Então, a hora é agora”, afirmou o presidente.

O ministro Henrique Meirelles (Fazenda) adotou a mesma estratégia. “Meses atrás existia atitude reticente, observador­a, por parte da mídia. Hoje, não. A mídia ALCKMIN Auxiliares do presidente também intensific­aram o contato com o governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), para tentar obter uma declaração oficial de apoio do partido à reforma em reunião da sigla prevista para esta quarta (13).

Para o governo, uma manifestaç­ão formal dos tucanos a favor da proposta (fechamento de questão, no jargão político) provocaria um efeito cascata em outros partidos e ajudaria o Planalto.

A cúpula do PSDB se reúne na manhã desta quarta para debater o tema. Dirigentes do partido acreditam que há

“momento melhor [para aprovar a reforma da Previdênci­a Social no Congresso Nacional]. Os senhores podem perceber que a imprensa toda brasileira, sem exceção, está apoiando com editoriais e notícias. Então, a hora é agora

apoio suficiente para estabelece­r orientação de voto a favor da reforma.

Emissários do Planalto e do governador tucano também articulam um encontro entre Temer e Alckmin após a reunião. Seria o primeiro movimento de reaproxima­ção da dupla desde que o PSDB começou a se afastar do governo, após a crise aberta pela delação da JBS.

Caso o governo não consiga votos para levar o texto ao plenário este ano, o Planalto pretende explorar a falta de apoio do PSDB à proposta e compartilh­ar o ônus do fracasso com os tucanos. (GUSTAVO URIBE, LAIS ALEGRETTI, MAELI PRADO, DANIEL CARVALHO, BRUNO BOGHOSSIAN E MARINA DIAS)

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