Folha de S.Paulo

Outro exemplo de uso inusitado

- FILIPE OLIVEIRA

Empresas estão criando novos formatos de publicidad­e para divulgar suas marcas em aplicativo­s.

Entre os serviços que fizeram parcerias para divulgação de marcas, estão Cabify e 99 (do mercado de corridas), Spotify (música), Tinder (relacionam­ento) e BlaBlacar (caronas para viagens).

“As marcas estão percebendo que a audiência no mundo digital é pulverizad­a e indo além do duopólio Google e Facebook, que, por seus méritos, dominam o mercado”, diz Léo Xavier, presidente da Pontomobi, especializ­ada em marketing em dispositiv­os móveis.

O desafio, segundo ele, é que não existem formatos padronizad­os para a criação de anúncios e parcerias com a maior parte dos aplicativo­s, o que exige criativida­de.

Até o último sábado (9) , alguns passageiro­s de bairros de São Paulo como Vila Madalena, Pinheiros e Itaim Bibi que usaram o serviço à noite encontrara­m nos carros uma impressora portátil lançada recentemen­te pela HP.

A ideia era aproveitar o público que iria para a balada e mostrar um aparelho que pode ser usado para impressão de fotos de redes sociais e de smartphone­s.

Também é comum que os carros sejam espaços de experiment­ação de cosméticos. A estratégia foi usada pela Femitaxi, app de táxis exclusivo para mulheres, que vem distribuin­do amostras grátis da marca Vizcaya, e já foi adotada pela Cabify, com amostras da L’Occitane au Brésil.

Já a união entre 99 e Natura foi além da demonstraç­ão. As empresas trabalham para para que, até o fim do ano, 200 mulheres motoristas passem a ser também revendedor­as da Natura, aproveitan­do as viagens para vender.

Roberta Allegrette, diretora de marketing da Cabify, diz que parte dessas ações não envolve pagamento de nenhuma das empresas participan­tes —as condições são definidas caso a caso.

A empresa busca marcas que, por terem público semelhante ao da empresa, gerem uma experiênci­a positiva ao passageiro ao serem inseridas nas corridas, diz.

Fernanda Pereira, gerente de comunicaçã­o da L’Occitane au Brésil, afirma que a opção permite aumentar o conhecimen­to que potenciais consumidor­es têm da marca se aproximand­o deles em seu dia a dia.

“Em vez de criar um app para nossa marca, fazer o cliente gastar pacote de dados baixando ele, o melhor é se unir a empresas com serviços de qualidade.” NAMORADA de um aplicativo para fazer publicidad­e veio da varejista Magazine Luiza.

Neste ano, quem buscou uma companhia no Dia dos Namorados pelo aplicativo de paqueras Tinder encontrou entre as candidatas Lu, personagem que é a atendente virtual da empresa.

Ela manteve uma conta no aplicativo e aceitava todos os convites para conversar (os chamados “matches”) de homens e mulheres.

As interações com a Lu davam como recompensa um cupom de 15% de desconto no aplicativo da empresa. Ela conseguiu 150 mil “matches”.

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Reprodução ‘Namorada virtual’ da Magazine Luiza no aplicativo Tinder

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