Jovens veem migração como única opção
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
A crise econômica na Tunísia tem sido o principal empecilho na transição democrática que o país vem realizando nos últimos anos, prejudicando principalmente os jovens, entre os quais o desemprego chega a quase 40%.
Desde 2011, mais de 25 mil tunisianos migraram por rotas marítimas em busca de uma alternativa de futuro, segundo a OIM (Organização Internacional das Migrações) das Nações Unidas.
O desemprego é a principal causa de migração para os jovens entre 18 e 34 anos, de acordo com dados do Instituto Tunisiano de Estudos Estratégicos; 54% dos jovens afirmaram ter o desejo de abandonar o país.
“As medidas políticas do novo orçamento [previsto pela nova Lei de Finanças], que preveem um aumento dos preços que prejudicaria principalmente as classes sociais mais modestas, tem mobilizado a juventude, já afetada pela falta de emprego e pela marginalização”, diz Sonia Temimi, historiadora e professora da Universidade da Tunísia.
Ela acredita que a indignação que levou aos protestos dos últimos dias é resultado de uma política de governo que nos últimos sete anos continuou reproduzindo um sistema econômico injusto e aumentou a distância entre o litoral tunisiano próspero e o interior do país, mais pobre. TURISMO