Odebrecht Óleo e Gás passa a se chamar Ocyan
Grupo tenta reduzir desgaste com escândalos de corrupção ao mudar nomes e logomarcas
A Odebrecht Óleo e Gás (OOG) anunciou nesta segunda-feira (15) que passará a se chamar Ocyan, dentro dos esforços da companhia para se distanciar da marca de sua controladora Odebrecht —atingida por uma série de escândalos de corrupção— e buscar novos sócios.
A alteração dá sequência à movimentação das empresas do conglomerado, com mudança de marcas e de nome.
A Odebrecht Agroindustrial passou a se chamar Atvos em dezembro. No mês anterior, a Odebrecht Realizações Imobiliárias virou apenas OR.
Em agosto, a petroquímica Braskem já havia promovido mudanças na marca, abolindo o vermelho, cor caracterís- tica da holding.
A OOG, presidida por Roberto Simões, acertou recuperação extrajudicial em maio passado em acordo com credores para alongamento de dívidas cujo total somava cerca de US$ 5 bilhões.
A empresa sofreu os efeitos conjuntos da crise no setor de óleo e gás, que levou a Petrobras a cancelar em 2015 o contrato do navio-sonda ODN Tay IV, uma das quatro plataformas que garantem os bônus da empresa, e da Operação Lava Jato, que levou à prisão o então presidente da holding, Marcelo Odebrecht. NOVOS SÓCIOS Simultaneamente à mudança do nome, a Ocyan faz planos para se desalavancar financeiramente e atrair novos sócios, segundo documento da companhia ao qual a Reuters teve acesso, por avaliar que o cenário de perfuração offshore deve seguir desafiador nos próximos anos, o que deve levar a movimentos de consolidação de empresas.
O documento define como meta para 2018 voltar ao cadastro de fornecedores da Petrobras, garantir o contrato de reafretamento da sonda Norbe VI, conquistar contratos de construção submarina e serviços offshore no valor de R$ 400 milhões.