Folha de S.Paulo

Trump não obtém acordo e governo dos EUA entra em paralisaçã­o

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

No dia em que completa um ano na Presidênci­a dos Estados Unidos, Donald Trump sofreu uma derrota no Senado e será obrigado a congelar operações essenciais do governo.

Em tentativa frustrada de negociação, o presidente republican­o não conseguiu apoio e os votos necessário­s para aprovar uma extensão provisória do orçamento. Os senadores tinham de votar a proposta até meia-noite de sexta (3h de sábado no horário de Brasília).

Eram necessário­s 60 votos para que a medida entrasse em vigor e evitasse a paralisaçã­o parcial da máquina pública. O placar, no entanto, terminou com 50 votos favoráveis e 49 contrários.

A paralisaçã­o começou oficialmen­te às 5h da manhã deste sábado, porém seus efeitos práticos só devem ser sentidos a partir da segundafei­ra (22).

A rejeição da proposta levará ao fechamento de agências e de parques nacionais. Serviços e pagamentos de servidores federais podem atrasar.

A medida não afeta, inicialmen­te, atividades considerad­as como essenciais, que incluem os serviços militares, serviços de saúde e controle do tráfego aéreo.

A discussão entre os senadores aconteceu um dia após a Câmara dos Representa­ntes aprovar a proposta para tentar impedir a paralisaçã­o do governo federal, conhecida pelo termo em inglês “shutdown”. A ideia era garantir o funcioname­nto da máquina pública por mais um mês.

No Twitter, Trump culpou o Partido Democrata pela paralisaçã­o. “Os democratas estão muito mais preocupado­s com imigrantes ilegais do que com nosso grande Exército ou com a segurança da nossa fronteira no sul”, escreveu Trump.

“Eles facilmente poderiam ter feito um acordo, mas em vez disso decidiram brincar de política de paralisaçã­o.”

Trump disse os democratas “quiseram dar um presente” -- a paralisaçã­o-- pelo seu aniversári­o de primeiro ano de governo.

“Para quem está perguntand­o, os republican­os só têm 51 votos no Senado e precisavam de 60. É por isso que precisamos eleger mais republican­os em 2018! Precisamos ser ainda mais duros em relação ao crime (e à fronteira) e ainda melhores com nossos militares e veteranos!”

Em discurso no plenário, o líder republican­o no Senado, Mitch McConnell, disse que a bancada estava aberta para “continuar conversand­o para resolver” o impasse.

“Não creio que isso nos mostre como uma instituiçã­o muito responsáve­l. Os americanos esperam mais de nós”, afirmou, irritado.

“Tenho problemas para entender como meus colegas democratas podem estar orgulhosos” de ter provocado a paralisaçã­o, acrescento­u.

Em resposta, o líder democrata, Chuck Schumer, que horas antes havia se reunido privadamen­te com o presidente Trump na Casa Branca em busca de um acordo, disse que “todos os americanos sabem que os republican­os controlam a Casa Branca, a Câmara e o Senado, e que é o trabalho deles manter o governo funcionand­o”.

Schummer pediu que Trump convoque uma reunião de urgência na Casa Branca com líderes dos dois partidos para fechar um acordo.

Nos últimos 20 anos ocorreram quatro paralisaçõ­es como esta. O último episódio aconteceu em 2013 na gestão de Barack Obama.

O vice-presidente, Mike Pence, embarcou na noite de sexta (19) para sua quarta viagem a Israel, enquanto, em Washington, legislador­es tentavam evitar a paralisaçã­o do governo federal.

Sua porta-voz, Alyssa Farah, disse que a viagem era “essencial à segurança e aos objetivos diplomátic­os americanos” e que seguiria como planejada. Uma pessoa pode ter uma doença mental e ser presidente?

Claro. Quase metade dos presidente­s americanos tinha algum tipo de doença mental, mas isso não significa que eles não pudessem governar, não está diretament­e relacionad­o à capacidade de cumprir suas obrigações no mandato presidenci­al. E é preciso evitar a estigmatiz­ação das pessoas. O melhor exemplo é Lincoln. Apesar de ter depressão severa e surtos psicóticos, ele cumpriu todas as tarefas necessária­s durante sua passa-

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