Sem Previdência, Temer acenará com privatização da Eletrobras em Davos
Com a assinatura do projeto de lei que privatiza a Eletrobras na sexta-feira (19), o presidente Michel Temer passa a ter o que levar na bagagem para Davos.
Sem reforma da Previdência aprovada e com o rating rebaixado do Brasil, faltava a Temer uma novidade positiva e de peso para apresentar no Fórum Econômico Mundial, que se realiza a partir de terça-feira (23), na Suíça.
Em sua aparição de apenas um dia, quarta (24), o presidente enfatizará que a privatização da Eletrobras será uma das maiores operações do gênero no mundo, de cerca de R$ 12 bilhões, que evitará tirar R$ 10 bilhões do caixa para alocar na companhia.
Com essa sinalização, a apontar para a preocupação com o equilíbrio fiscal e uma imagem palatável do país para os mercados, Temer vai tentar mostrar esforços para colocar economia nos trilhos.
Se desestatizada, a Eletrobras vai virar uma corporação, em que nenhum sócio terá mais de 10%. Apesar de manter uma golden share, o governo não poderá usar a companhia politicamente como em gestões passadas.
Na Petrobras, também há o que realçar, além da recuperação da empresa e de mudanças no setor. Se acertar a questão da cessão onerosa e fizer leilão de campos na Bahia, poderá levantar US$ 30 bilhões, segundo bancos.
Em sua estreia no Fórum, Temer tem uma lista de pedidos de cerca de 15 presidentes e CEOs de bancos e empresas internacionais, entre elas a Shell e a multinacional brasileira AB Inbev.
Só cinco ou seis deverão ser atendidas nas duas horas de que o presidente disporá para esses encontros.