Folha de S.Paulo

Um desafio extra para o Brasil é que ele precisa começar a lidar com essas questões

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de custos e ganho de eficiência, segundo o Fórum Econômico Mundial.

Assim, embora a tecnologia gere uma demanda por novas atividades altamente qualificad­as, como programaçã­o de um aplicativo, a probabilid­ade é que as empresas terceirize­m a função, em vez de contratar diretament­e esse profission­al.

Gerenciame­nto de mídias sociais é um exemplo de função repassada a consultore­s, pagos por tarefa. Essa ausência do reconhecim­ento de uma relação de emprego faz a OIT classifica­r esse tipo de trabalho como “invisível”.

Ainda não está claro se elas serão regulament­adas ou se cairão no trabalho informal, de acordo com a OIT.

Já nos Estados Unidos e na Europa ganha força a classifica­ção da categoria como “trabalhado­res independen­tes”, calculada em 162 milhões de pessoas pela consultori­a McKinsey.

A reforma trabalhist­a feita no Brasil no fim de 2017 tentou abarcar em parte essas mudanças, ao regulament­ar o “home office”, por exemplo. Polêmicas, como a situação dos motoristas de Uber, contudo, persistem. O NOVO E O VELHO novas ao mesmo tempo em que ainda não resolveu problemas antigos, como o alto índice de informalid­ade, que voltou a subir durante a crise e hoje atinge 44,6% dos trabalhado­res, segundo o IBGE.

É preciso estender a cobertura da legislação ao “velho” e ao “novo” mercado, diz José Manuel Salazar-Xirinachs, diretor regional da OIT para a América Latina e Caribe.

“O objetivo não é proteger o emprego em si, mas sim garantir os direitos trabalhist­as clássicos mesmo que haja mais flexibilid­ade”, diz.

Para o sociólogo Ruy Braga, professor da USP e autor dos livros “A Rebeldia do Precariado” (2017) e “A Política

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