Folha de S.Paulo

Gaúcha, na fronteira com o Uruguai. Lá, o investimen­to chegou a R$ 50 milhões.

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Como as gerações mais antigas reagiram a tantas mudanças?

Sempre há quem critique, o que é bom, porque faz a gente pensar mais. A geração anterior à minha era muito dividida. Meu pai e meus tios viviam discutindo. Havia o time da matriz, no Rio Grande do Sul, e o da filial, em São Paulo. Quando o meu primo Angelo Salton assumiu a presidênci­a, em 1986, ele tinha visão mais comercial, enquanto eu era focado no planejamen­to. E nós fizemos um acordo: deveríamos unir forças. Ainda assim, tivemos discordânc­ias. Eu sentia necessidad­e de promover mudanças na gestão da empresa, mas o Angelo sempre achava que era cedo para pensar em sucessão. Infelizmen­te, ele se foi precocemen­te, aos 56 anos. surpresa. No ano passado, promovemos dois funcionári­os à diretoria, depois que investimos na formação deles. Ainda temos membros da família no primeiro escalão, mas eles sabem que não estão lá só porque são da família. É preciso provar competênci­a.

valia a pena investir um dinheirão para vender vinho barato. Mudamos então nosso foco para a produção de vinhos finos. Investimos R$ 20 milhões na construção da nova vinícola em Tuiuty

Como uma empresa com mais de cem anos dosa tradição e inovação?

Se você deixar, as novas gerações não se interessam pelo passado e só querem saber do futuro. Por isso, cada funcionári­o contratado passa por um intenso treinament­o para conhecer a fundo os pilares da Salton. Aprende sobre a família, nossa história e nossos valores. Somos simples, sem frescura, trabalhamo­s sem gravata e até o porteiro me chama pelo primeiro nome. Os 60 mil turistas que visitam a vinícola todos os anos vêm atrás dessa tradição. Essa é a base da conexão entre os clientes e a marca.

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