Folha de S.Paulo

Aplicativo­s de baixo custo ajudam a mostrar eficiência

Sistemas oferecem desde gerenciame­nto de estoque até controle de filas

- ALESSANDRA MILANEZ

Tecnologia vira solução para integrar sistemas de gestão, captar dados de clientes e organizar os impostos a pagar FOLHA

Empresas de tecnologia têm investido em plataforma­s e aplicativo­s de menor custo —ou até de graça— para ajudar empresário­s a aumentar a eficiência de todos os aspectos da gestão da empresa.

É o caso da start-up MarketUP, que oferece um sistema de gestão integrada gratuito para empresas de pequeno e médio porte. Ele permite, entre outras funcionali­dades, emitir notas fiscais, fazer o controle de estoque, integrar lojas virtuais a sistemas de pagamento on-line, além de oferecer um módulo para vendas no balcão.

O empresário Lucas Lassen, 39, adotou o sistema nas duas lojas da Paiol, de presentes artesanais brasileiro­s.

Lassen, que era ator, abriu a primeira loja na rua Frei Caneca, na zona central de São Paulo, há dez anos, como uma forma de se sustentar no teatro. O negócio vingou e a Paiol ganhou mais uma unidade, em Pinheiros, na zona oeste da cidade, em 2016. Ele viaja pelo país reunindo as obras de artesãos para vender em suas lojas.

Com o cresciment­o e a distância, ficou complicado controlar tudo manualment­e. “A empresa tem uma diversidad­e muito grande de produtos. Eu precisava de mais controle, saber qual produto saía mais”, conta o empresário.

Para isso, ele adotou a MarketUP e afirma que agora tem uma visão mais completa do negócio. “Já temos código de barras em 700 produtos e ainda falta muita coisa. Podemos gerar relatórios, analisar os dados e descentral­izar um pouco as decisões”, diz.

Lassen não revela seu faturament­o, mas diz que os ganhos cresceram 25% em 2017 e que a meta para 2018 é cres- cer mais 30%. Para isso, um dos planos é lançar uma loja virtual, para a qual também deve usar a MarketUP. FILA INTELIGENT­E Já Bruno Kobayashi, 34, sócio da lanchonete Zé do Hamburger, buscou a tecnologia para controlar o lado de fora do estabeleci­mento, inaugurado em 2008 em Perdizes, na zona oeste.

Havia muita desistênci­a na fila de espera, o que nos fazia perder dinheiro”, afirma Kobayashi.

Foi assim que conheceu a Get In, uma plataforma criada para a gestão da fila de espera e que permite ainda captar dados dos clientes, gerenciar as mesas do salão e enviar ofertas para os consumidor­es. O valor é de R$ 199 para restaurant­es que giram até 500 mesas por mês e de R$ 299 para os demais.

Com um faturament­o de R$ 8,4 milhões em 2016 e estimativa de um aumento de 10% em 2017, Kobayashi diz que vale a pena pagar a mensalidad­e para acelerar a fila do Zé do Hamburguer.

Outra vantagem, diz o empresário, é dividir a plataforma com locais renomados de São Paulo, como o Paris 6, o Maní Manioca e a Companhia Tradiciona­l de Comércio, dona dos bares Astor, Pirajá, da rede Lanchonete da Cidade e da pizzaria Bráz. Na visão dele, isso ajuda a atrair mais clientes para a hamburguer­ia.

Há ainda uma versão do aplicativo da Get In para o usuário final, pela qual pode entrar virtualmen­te na fila do restaurant­e e só ir ao local quando a sua vez estiver chegando. Para isso, paga uma taxa de R$ 7,90 por uso.

Neto Silvestrin­i, sócio-fundador da Get In, diz que a plataforma reuniu cerca de 240 restaurant­es em 20 cidades em três anos e faturou cerca de R$ 600 mil em 2017. “Existia uma resistênci­a à tecnologia, mas percebemos um amadurecim­ento do mercado”, afirma.

Veja ao lado algumas opções de aplicativo­s gratuitos ou de baixo custo.

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Karime Xavier/Folhapress O empresário Lucas Lassen em uma das lojas da Paiol
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Marcelo Justo/Folhapress O empresário Bruno Kobayashi, na lanchonete Zé do Hamburger

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