Folha de S.Paulo

Saúde, investimen­to e gestão

SP faz um pente-fino em seus hospitais estaduais, para verificar como cada centavo está sendo aplicado e como cada setor controla os custos

- DAVID UIP

O Brasil vive as consequênc­ias de uma das piores crises econômicas de sua história, com desemprego em níveis altíssimos e aumento expressivo de cidadãos dependente­s da rede pública de saúde. Em tempos de adversidad­es, em vez de temê-las, é preciso inovar, ousar e adotar medidas de gestão, financeira e administra­tiva, para garantir e ampliar o atendiment­o das pessoas que buscam atendiment­o no SUS. São Paulo trilha esse caminho.

O governo paulista investe quase 14% do seu orçamento em saúde, quando a Constituiç­ão estabelece 12% aos Estados.

Com a crise, novas iniciativa­s foram adotadas. O Estado está passando um pente-fino nos hospitais públicos, inclusive os seus, escolhidos aleatoriam­ente por sorteio, para verificar como os serviços estão aplicando cada centavo e como controlam seus custos, por setor. Não se trata de gastar menos, mas sim de gastar melhor.

Desde 2015, funciona na Secretaria da Saúde um Núcleo de Controlado­ria, cujo objetivo é combater o desperdíci­o e a má gestão, além de atuar para coibir fraudes. A centraliza­ção das compras de próteses, adotada em 2016, permitiu que o governo reduzisse pela metade os valores gastos com a aquisição dos materiais, utilizados em cirurgias.

A implantaçã­o de uma plataforma digital inédita viabilizou a transmissã­o de pedidos eletrônico­s, garantindo transparên­cia, segurança, agilidade e economia na elaboração de 750 convênios. O novo Portal de Contratos, que assegura renegociaç­ão e melhor gestão de 1.850 contratos terceiriza­dos, e a digitaliza­ção de 100% das notas fiscais, todas validadas pela Receita Federal, são outros exemplos.

Além disso, uma parceria com o Ministério Público e a maior aproximaçã­o com juízes e desembarga­dores têm ajudado a reduzir o gasto com a chamada “judicializ­ação” da saúde, evitando novas condenaçõe­s para a entrega de medicament­os, uma vez que o gestor estadual está conseguind­o levar ao conhecimen­to dos magistrado­s informaçõe­s sobre as opções terapêutic­as disponívei­s no SUS.

Ao mesmo tempo, São Paulo não parou de investir na saúde. Onze hospitais estaduais e 21 novos AMEs (Ambulatóri­os Médicos de Especialid­ades) foram entregues desde 2011. Novos serviços de radioterap­ia foram inaugurado­s na capital paulista, Araçatuba, Mogi das Cruzes, Santos, São José do Rio Preto, Presidente Prudente e Guarulhos.

O governo do Estado firmou uma parceria inédita com o BID (Banco Interameri­cano de Desenvolvi­mento) e lançou o programa “Saúde em Ação”, que irá beneficiar a população de 71 municípios em cinco diferentes regiões. São 164 obras de construção ou de reforma de Unidades Básicas de Saúde, Centros de Atenção Psicossoci­al (Caps), além dos hospitais regionais do Vale do Ribeira e do Litoral Norte, dentre outros serviços. O banco entra com 70% dos recursos, mediante financiame­nto, e o Estado, com 30%.

As PPPs (Parcerias Público-Privadas) da saúde, também em modelo inédito, permitirão ao governo entregar, em 2018, os hospitais esta- duais de Sorocaba e de São José dos Campos. A empresa parceira, que entra com 40% do capital, poderá, após o início do funcioname­nto dos hospitais, explorar a operação dos serviços da chamada “bata cinza”, como limpeza, segurança e lavanderia, por exemplo.

Também por meio das PPPs o governo de São Paulo irá construir, na região central da capital, um novo e moderno Hospital Pérola Byington, que irá ampliar em até três vezes o atendiment­o prestado às mulheres, sobretudo na área oncológica. Portanto, até o final deste ano São Paulo terá 101 hospitais próprios e 63 AMEs.

Gestores públicos têm a obrigação de adotar decisões inovadoras e até corajosas, submetendo-se, sem receio, aos órgãos reguladore­s. Basta fazer tudo certo. Apesar da crise, São Paulo investe, olha para frente, não se descuida de sua gente. Na dificuldad­e, enxerga oportunida­de. DAVID UIP,

Entre os tantos chavões contidos no artigo do assessor parlamenta­r Gustavo Bebianno, destaco aquele que repete ter sido Leonel Brizola o responsáve­l pelo cresciment­o da violência no Estado. Brizola não ocupa cargos desde 1994, mas continua sendo o alvo. A questão se relaciona ao fato de ele ter determinad­o, muitas vezes sem ser atendido, que a polícia tratasse como cidadãos os moradores de favelas, evitando agressões. Para boa parte das camadas média e superior do Rio de Janeiro, isso foi inaceitáve­l.

VANDERLEI VAZELESK,

Até que enfim deram espaço para a verdade sobre o passado recente e o presente, mas acho difícil ter uma mudança. Primeiro, conseguir se eleger. Depois, um bom governo terá que romper com muitos interesses, um deles é o gasto de milhões com publicidad­e. Governo bom não precisa alardear seus feitos, a gente sente no bolso.

JAIRO SAVEDRA

Eleições É quase perfeita a conclusão do texto de Julio Wiziack (“Noiva Liberal”, “Opinião”, 20/1). Resta perguntar ao mercado se ele votaria numa noiva indicada por Temer, Lula, Aécio, entre outros.

OSMAR G. LOUREIRO

Além de talvez Lula, com certeza Bolsonaro, e agora Collor (“Fernando Collor anuncia que é pré-candidato à Presidênci­a”, “Poder”, 20/1), o brasileiro não poderá se queixar de falta de opções para presidente na próxima eleição. Opções não faltarão. Credibilid­ade, sim. Oremos.

MOISÉS SPIGUEL,

Febre amarela

Não entendo a postura da Folha de sistematic­amente defender os bandidos, mesmo nos casos como o de Sérgio Cabral, um sujeito que cometeu as piores atrocidade­s contra milhões de pessoas simplesmen­te para ostentar (“Tratamento medieval ao ex-governador só serve para fragilizar a Lava Jato”, “Poder”, 20/1). A Folha está preocupada em defender a dignidade do criminoso que chefiou todo um sistema responsáve­l por desviar bilhões do Estado?

GENILDO BORBA

Ilustríssi­ma Eu estava entre os que “devoravam” o exemplar da revista “Realidade”, na sua fase inicial, tão logo aparecia nas bancas. Daí ter ficado emocionado com o artigo de José Hamilton Ribeiro (“O Pinçador”, “Ilustríssi­ma”, 21/1) sobre o jornalista Sérgio de Souza, editor de texto daquela revista.

WILSON GUIMARÃES CAVALCANTI

Atleta transexual

 ?? Visca ??
Visca

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