Folha de S.Paulo

Imigrantes mais pobres sofrem com alta de preços

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COLABORAÇíO PARA A FOLHA , EM LISBOA

Após alguns anos em baixa, a imigração de brasileiro­s de renda mais baixa e menos escolariza­dos, que se mudam irregularm­ente para Portugal, dá sinais de retomada.

Isso é “potencialm­ente justificad­o pela manutenção da crise econômica que se verifica no Brasil desde 2014, aliada à agudização da crise política e social ao longo de 2016”, diz o último relatório do Serviço de Estrangeir­os e Fronteiras.

Não por acaso, a quantidade de brasileiro­s barrados nos aeroportos portuguese­s cresceu 91,3% em 2016, último ano com estatístic­as disponívei­s, e há sinais de que a alta tenha se mantido em 2017.

Enquanto os brasileiro­s mais ricos se veem com as portas abertas, o cerco vem se fechando aos imigrantes irregulare­s e os legalizado­s de baixa renda.

O acesso à saúde pública e à matrícula em escolas públicas está mais restritivo para quem não tem a documentaç­ão em dia.

O aqueciment­o do mercado de venda de imóveis, além do uso dos apartament­os para locação turística, também fez disparar o preço dos aluguéis em Lisboa e no Porto.

“As casas estão cada vez mais caras, mas os salários não acompanham isso. Não consigo achar nada em Lisboa que custe menos de € 600 para alugar. Eu e minha mulher ganhamos pouco mais do que o ordenado mínimo [€ 580] e temos um filho para criar. Não tem condições”, conta o garçom mineiro Thiago Henriques, 33, que há dois anos vive em Portugal. (GM)

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