Folha de S.Paulo

Engajament­o pode motivar alteração de rota

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DO “NEW YORK TIMES”

Os empreended­ores em geral mudam de rumo porque precisam, não porque querem. A motivação pode ser um recuo na demanda, um concorrent­e novo ou uma mudança no gosto do consumidor. Ou pode ser algo mais profundo e pessoal.

Foi o caso de Kyle Brost, 35, que já tinha sido dono de uma empresa de limpeza de carpetes e de uma corretora de contratos de frete, mas depois decidiu se dedicar à sua paixão: consultori­a e design organizaci­onal.

“Gosto de ajudar as pessoas a mudarem o que estão fazendo”, diz.

No começo, Brost trabalhava com empresas do ranking Fortune 500, o que “era muito empolgante, quando eu estava na casa dos 20 anos”.

Mas o entusiasmo diminuiu quando Brost percebeu que “a conversa era sempre a mesma”.

“Os números variavam, mas o conceito era sempre igual: vamos ganhar mais dinheiro.”

No fim, ele fez uma pergunta a um cliente: “Como as vidas das pessoas mudariam se fizéssemos aquilo? Todo o mundo me encarou como se eu fosse um alienígena”, diz.

Aquela reunião foi o ponto de inflexão que o levou a trabalhar com fundações e organizaçõ­es sem fins lucrativos.

Em maio, ele comprou e se tornou presidente do Spark Policy Institute, em Denver (EUA). O instituto ajuda agências do governo, instituiçõ­es de caridade e outras organizaçõ­es sem fins lucrativos a criar estratégia­s operaciona­is melhores.

Ele comanda uma equipe de 23 pessoas e está se ajustando a uma nova forma de trabalhar.

“Mudei de rumo quando me tornei um tanto cínico em relação ao foco exclusivo no lucro”, diz Brost. “Muitos de meus clientes se concentram nisso, mas com o aumento dos lucros a vida das pessoas não melhora.”

Segundo o empreended­or, a virada mais importante não foi dirigir uma empresa nova, mas decidir trabalhar partindo de valores diferentes.

Para ele, escolher comprar e dirigir o Spark “foi uma das maiores mudanças de rumo que realizei na vida, e me permitiu fazer o que faço bem”.

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