Investidores pedem sem parar que eu seja candidato, afirma Meirelles
Em Davos, na Suíça, ministro falou para empresários sobre a retomada econômica do Brasil
Após evento, abordado pela imprensa, disse que decidirá em abril se vai concorrer à Presidência neste ano
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta terça-feira (23) em Davos, na Suíça, que investidores lhe pedem “o tempo todo e sem parar” que se candidate à Presidência.
“Isso é recorrente. É sempre”, afirmou o ministro ao ser indagado pela Folha se ouviu apelos para se lançar candidato durante o almoço com empresários e investidores promovido pelo Banco Itaú em Davos, onde acontece o 48º encontro anual do Fórum Econômico Mundial.
Meirelles foi um dos palestrantes do evento, ao lado do prefeito João Doria (SP).
O ministro, porém, disse aos jornalistas que anunciará sua decisão sobre a candidatura apenas no início em abril. E descartou a possibilidade de se tornar vice: “De jeito nenhum”.
Em Davos para falar da retomada econômica do Brasil e acompanhar Michel Temer, que chega à cidade nesta quarta (24) para discursar no Fórum, Meirelles afirmou que há crescente alerta dos investidores internacionais em relação às eleições do Brasil neste ano, mas que, apesar disso, o país voltou a atrair interesse.
“É notória a diferença para o ano passado”, disse o ministro a jornalistas.
“O total do investimento no Brasil está crescendo, e isso mostra o interesse gerado pelo aumento da demanda e as perspectivas. Agora, claro, não há dúvida de que se olha o período mais longo, o país vai entrar num processo importante de discussão eleitoral, é normal que muitos passem a ter cautela, aguardando o desenrolar dos acontecimentos”, afirmou. “Mas o interesse ainda e muito grande, e o investimento estrangeiro direto continua a crescer.” CRESCIMENTO Meirelles disse que o crescimento do PIB do país deverá ser de 3% em 2018, acima do que o mercado estima.
“A previsão do mercado está um pouco mais abaixo, em torno de 2,8%, mas as projeções do Focus avançam de forma mais gradual”, afirmou o ministro.
“A do FMI é normal que também esteja mais baixa. É correto, é uma instituição multilateral, tem de ser mais conservadora e não dispõe dos dados que temos.”
Na segunda, o Fundo reviu para cima suas projeções para o crescimento da economia mundial e elevou em 0,4 ponto percentual, para 1,9%, a estimativa de expansão do Brasil em 2018.
Meirelles repetiu termos positivos como “confortável” para descrever o aumento das exportações e o nível do CDS, que representa o risco do país.
Segundo o ministro, o clima é de “o Brasil vai bem”.