Folha de S.Paulo

Defesa de Marin pede anulação de júri e reivindica novo julgamento

- CORRUPÇÃO NO FUTEBOL

DE NOVA YORK - Os advogados de José Maria Marin, o ex-presidente da CBF condenado e preso em Nova York há um mês por envolvimen­to no escândalo de corrupção da Fifa, pediram a anulação do veredicto de um júri popular em dezembro e a realização de um novo julgamento para o cartola.

Eles alegam que a acusação não tem provas suficiente­s para determinar a culpa de Marin. Ele foi condenado por seis das sete irregulari­dades de que era acusado, entre elas organizaçã­o criminosa, fraude financeira e lavagem de dinheiro em relação a contratos de direitos de transmissã­o de torneios.

No recurso, a defesa pede à juíza Pamela Chen que seja levado em consideraç­ão o fato de que no Brasil os crimes pelos quais Marin foi condenado não são considerad­os atos ilícitos, em especial o de organizaçã­o criminosa, sem equivalent­e no Código Penal Brasileiro.

Esse mesmo argumento foi usado no Tribunal Federal do Brooklyn, que julgou o caso entre novembro e dezembro de 2017, e foi rechaçado pela juíza.

Marin está preso no maior presídio federal de segurança máxima dos EUA, no bairro do Brooklyn, em Nova York, desde a véspera do último Natal.

A defesa espera que, com o recurso, Marin tenha a pena atenuada ou consiga passar para a prisão domiciliar em seu apartament­o de luxo na Trump Tower, em Manhattan.

Se o julgamento não for anulado, sua sentença será anunciada em abril —ele pode pegar até 120 anos de prisão por seus atos criminosos. (SILAS MARTÍ)

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