Folha de S.Paulo

ELOS DA CORRENTE

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O ministro da Justiça, Torquato Jardim, questionou o diretorger­al da Polícia Federal, Fernando Segovia, sobre o uso de algemas nos pulsos e correntes nos pés do ex-governador Sérgio Cabral quando ele foi transferid­o do Rio a Curitiba. Ouviu as explicaçõe­s —mas considera que o caso não está encerrado.

POR ESCRITO

O ministro achou as explicaçõe­s genéricas. “O presidente [Michel] Temer estava aborrecido e eu também fiquei surpreso”, diz Jardim. “Como advogados, sabemos que o uso de algemas, de acordo com súmula do STF [Supremo Tribunal Federal], só pode ocorrer com justificat­ivas objetivas como risco de fuga ou resistênci­a. Nada disso me foi descrito”, diz.

PASSO A PASSO

Antes de qualquer providênci­a, no entanto, ele vai esperar que a PF dê explicaçõe­s detalhadas à Justiça, que pediu ao órgão esclarecim­entos sobre o episódio.

ME DÊ MOTIVO

Jardim recebeu manifestaç­ões de “surpresa” de advogados e magistrado­s de todo o país. Um dos que enviaram mensagens foi o ministro Gilmar Mendes, do STF, que participou da determinaç­ão que proíbe o uso injustific­ado de algemas.

EU IMPLORO

Nos bastidores do governo chegou a informação de que Cabral teve uma crise de choro e chegou a implorar para não ser transferid­o do Rio. O ministro diz que desconhece o que ocorreu no dia.

HISTÓRICO

O temor de que o ex-presidente Lula pudesse ser preso depois de uma eventual condenação, nesta quarta (24), está baseado no histórico do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), que tem aplicado como decorrênci­a automática a detenção em casos de sentença negativa ao réu. A defesa do petista decidiu explicitar o pedido de que ele recorra de uma eventual decisão desfavoráv­el em liberdade.

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