É preciso dar oportunidades aos transexuais, diz editora
DE SÃO PAULO
Liderar uma publicação para o público LGBTQ, feita por jornalistas que vêm das diversas comunidades LGBTQ e que conseguem cobrir questões que as afetam com mais profundidade e nuances do que alguém que está de fora.
Esse é o objetivo de Meredith Talusan, editora transexual da Them, publicação LGBTQ da Condé Nast. No 2º Encontro Folha de Jornalismo, Talusan falou sobre a importância de dar oportunidades para pessoas trans. “Dadas as oportunidades a pessoas trans, elas também podem assumir posições de liderança”, disse.
Nascida nas Filipinas, Talusan foi para os EUA aos 15 anos e fez a transição aos 20. Contratada em 2015 pelo BuzzFeed, diz que era a única jornalista transgênero da publicação e se transformou na consultora oficial para o tema.
Sobrecarregada, decidiu trabalhar como freelancer. Hoje, na Them, implementa sua visão do que deve ser uma publicação LGBTQ. A começar do processo de contratação de pessoas. “Eu contrato pessoas qualificadas, mas minha ideia de qualificação não se limita aos padrões tradicionais”, diz.
“Todos dizem que só contratam pessoas qualificadas, mas elas sempre têm o mesmo tipo de origem, vêm das mesmas instituições, que muitas vezes discriminam pessoas trans.”