Sem reforma, país fica ‘no limbo’ até eleger presidente
O abandono da reforma previdenciária por Michel Temer, já com reação ameaçadora das agências de classificação de risco, repercutiu negativamente por, entre outros veículos, “Financial Times”, BBC e a agência chinesa Xinhua.
O “FT” destacou que “impopularidade e acusações de corrupção descarrilharam sua agenda”, que tinha na reforma “sua peça central”. Investidores reagiram com “desapontamento”.
A rádio BBC foi além, questionando um analista da consultoria Capital Economics se “a falta da reforma previdenciária pode levar ao caos econômico no Brasil”. O analista afirmou que a decisão deixa a economia brasileira “no limbo” até as eleições presidenciais, na torcida por “um reformista” —embora ele ache mais provável a vitória de “um populista”.
A Capital Economics também avalia a intervenção militar no Rio como “cortina de fumaça” para esconder o fracasso da reforma.
O noticiário vem na sequência de alertas, nas últimas semanas, para a dívida pública crescente. O mesmo “FT”, por exemplo, recorreu ao caso brasileiro para avisar, aos investidores em mercados emergentes, que eles devem “segurar os seus chapéus”.
Modernidade No britânico “The Guardian”, com foto de Temer sendo festejado por parlamentares ao tomar posse no lugar de Dilma Rousseff, “Um em cada dez políticos graduados do Brasil é financiado por empresas ligadas a escravidão moderna”. No início da reportagem: “Entre eles, o presidente Michel Temer”.