Estatal do pré-sal fecha a primeira venda
PPSA não divulgou o valor do negócio, mas presidente da empresa disse que contrato é em torno de R$ 100 mi
Transação está atrelada à produção do campo de Mero, que é parte do primeiro contrato de partilha do governo
A estatal Pré-Sal Petróleo SA (PPSA) concluiu nesta segunda-feira (5) a primeira venda de petróleo da União em contratos do pré-sal. A Petrobras comprou 500 mil barris de óleo extraído do campo de Mero, na área de Libra, na bacia de Santos.
A PPSA não informou o valor de venda, alegando questões contratuais. O presidente da estatal, Ibsen Flores, disse apenas que o contrato é de cerca de R$ 100 milhões —o que daria algo em torno de US$ 61 por barril, ao câmbio desta segunda.
O campo de Mero é parte do primeiro contrato de partilha da produção licitado pelo governo. Criado pela chamada Lei do Pré-Sal, de 2010, esse tipo de contrato dá à União uma parcela da produção do petróleo, depois de descontados os custos, chamado de óleo-lucro.
Licitada em 2013, a área de Libra foi arrematada por consórcio liderado pela Petrobras, que foi o único competidor do leilão e ofereceu ao governo 41,65% do óleo-lucro. A produção de Mero teve início em novembro de 2017.
O presidente da PPSA informou que a primeira venda foi feita por meio de consulta a oito petroleiras que têm estrutura logística para retirar petróleo em plataformas no Brasil. O melhor preço foi oferecido pela Petrobras.
A PPSA planeja uma segunda venda nesse modelo em até 30 dias, também de 500 mil barris. Depois, pretende realizar leilão para contratos de suprimento de longo prazo.
“[A consulta] foi o processo viável neste momento, já que temos cargas de curto prazo para retirar”, defendeu Flores. Com contratos anuais, ele espera atrair mais interessados pelo petróleo da União no pré-sal. CRÍTICAS O modelo de venda de petróleo pela União recebeu críticas quando foi aprovado, em razão das dificuldades impostas a uma estatal sem estrutura logística para movimentar as cargas e conseguir melhores preços.
O petróleo é retirado das plataformas em navios especiais, com tecnologia de posicionamento via GPS, e depois transferido a grandes petroleiros para viagens internacionais. No Brasil, apenas os produtores de petróleo realizam esse tipo de operação.
“Com mais prazo, [outros interessados] poderão trazer estrutura logística para o Brasil.”, disse Flores.
Além de petroleiras, a empresa espera atrair tradings especializadas no comércio de petróleo. A expectativa é