Folha de S.Paulo

Instituto Lula faz vaquinha para evitar extinção

Segundo responsáve­l por entidade, ex-presidente tem bancado as contas de manutenção

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Sob ameaça de extinção, o Instituto Lula iniciou nesta quinta-feira (15) uma campanha para arrecadaçã­o de R$ 720 mil, necessário­s para que mantenha suas portas abertas nos próximos seis meses.

A informação foi revelada pelo jornal Valor.

Segundo o presidente do instituto, Paulo Okamotto, a entidade só mantém as contas em dia porque o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva paga do próprio bolso as despesas de manutenção.

Desde o ano passado, o instituto vem realizando um enxugament­o de sua estrutura, incluindo a demissão de seus diretores e transferên­cia de seus quadros para o PT.

O instituto também reduziu o custo de viagens, limitando o uso de aviões fretados e reduzindo a comitiva que o acompanha. Lula chegou a viajar de carro a Curitiba para prestar depoimento ao juiz Sergio Moro.

Além dos gastos de manutenção, a Receita Federal cobra quase R$ 17 milhões do instituto. Esse valor foi calculado depois que a Receita decidiu desenquadr­ar o instituto da categoria de entidade sem fim lucrativo.

Para a cobrança, a Receita diz que o instituto realizou gastos estranhos às atividades típicas da ONG.

O valor se refere à cobrança retroativa de impostos que passam a incidir quando o instituto deixa de ser caracteriz­ado como uma entidade sem fins lucrativos.

Segundo Okamotto, o instituto é vítima de um estrangula­mento. “Essa dívida é impagável”, diz ele.

No texto que apresenta a campanha de arrecadaçã­o, o instituto diz que sua existência está ameaçada.

“Durante três anos a Receita Federal vasculhou as contas do Instituto buscando indícios de que a entidade teria fugido de seus objetivos estatutári­os. Baseada numa interpreta­ção da qual divergimos, a receita determinou a perda das isenções fiscais do Instituto num período retroativo de cinco anos, o que nos gerou um passivo milionário”, diz a mensagem.

“Essas medidas estão sendo questionad­as jurídica e administra­tivamente, mas is- so demandará um tempo incompatív­el frente à situação de emergência em que a entidade se viu lançada”, continua o texto. DANOS MORAIS

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