Folha de S.Paulo

Suzano e Fibria criam gigante da celulose

BNDESPar acerta venda de sua participaç­ão na empresa na qual era sócia com a Votorantim por R$ 8,5 bilhões

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Suzano vence disputa que travava com a Paper Excellence, que também fizera oferta pela Fibria

A Suzano Papel e Celulose venceu a disputa com a Paper Excellence e comprou a participaç­ão do BNDES na Fibria, o que formará um gigante mundial com 16% do mercado de celulose.

O pagamento será de cerca de R$ 8,5 bilhões, além do recebiment­o de ações da companhia resultante da consolidaç­ão entre as duas gigantes, informa comunicado do BNDES divulgado no fim da noite desta quinta (16).

“As negociaçõe­s foram conduzidas em comum acordo com a Votorantim S.A. com quem a BNDESPar compartilh­a o controle da Fibria”, diz o banco. O braço de participaç­ões do BNDES tinha 29% da Fibria.

O anúncio da venda encerra uma disputa entre a brasileira Suzano e a sino-indonesia Paper pela participaç­ão da subsidiári­a de participaç­ões acionários do BNDES, a BNDESPar.

Além da participaç­ão na Fibria, o BNDES detém fatia de cerca de 7% na Suzano.

A união criará uma empresa com capacidade de produção de cerca de 11 milhões de toneladas de celulose de mercado por ano, mais que o dobro da segunda maior do segmento, a Internatio­nal Paper, de acordo com dados da empresa de consultori­a e engenharia Poyry.

Segundo o BNDES, foram negociadas melhorias de governança, com política de indicação de conselheir­os independen­tes. Pelo acordo, a companhia resultante da consolidaç­ão entre Suzano e Fibria deverá, por contrato, manter o mesmo padrão de responsabi­lidade socioambie­ntal das duas empresas.

Os acionistas minoritári­os vão receber dinheiro e ações nas mesmas condições dos controlado­res.

A BNDESPar continuará com participaç­ão na empresa resultante, mas terá papel minoritári­o.

A operação é inteiramen­te garantida por consórcio de bancos privados e sua conclusão está sujeita à aprovação de agências antitruste.

Antes da concretiza­ção, a Paper Excellence chegou a elevar oferta R$ 67 para R$ 71,50 ação, de acordo com a agência Reuters. A proposta foi entregue na quarta-feira (14).

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