Petrobras tem prejuízo de R$ 446 milhões
Acordo de R$ 11 bilhões com acionistas americanos derruba resultado da petrolífera
Com forte impacto do acordo para encerrar uma ação coletiva movida por investidores nos Estados Unidos, a Petrobras registrou em 2017 prejuízo de R$ 446 milhões.
É o quarto ano de prejuízo consecutivo da companhia, porém em nível menor do que nos anos anteriores.
As perdas em 2016 haviam sido de R$ 14,8 bilhões.
O prejuízo anunciado nesta quinta-feira (15) ocorreu em meio a novas perdas de participação de mercado de combustíveis no Brasil e também com reavaliações bilionárias de ativos (“impairment”), como as baixas no setor de fertilizantes (R$ 1,3 bilhão ) e uma relacionada à segunda unidade de refino na Refinaria do Nordeste (R$ 1,5 bilhão).
Os executivos da companhia, no entanto, ressaltaram a tendência de que o balanço da empresa fique mais previsível no futuro.
Em nota, a empresa apontou que teria alcançado um lucro líquido de R$ 7 bilhões sem as despesas extraordinárias —especialmente o acordo de R$ 11 bilhões para encerramento da ação coletiva de investidores nos EUA e a adesão a programas de regularização de débitos federais, que somaram R$ 10,4 bilhões—, que tiveram impacto significativo no resultado.
O acordo com acionistas dos EUA foi fechado para encerrar disputa em razão de perdas provocadas pelo esquema de corrupção descoberto pela Lava Jato.
Tais despesas afetaram fortemente o resultado do quarto trimestre, que fechou com um prejuízo líquido de R$ 5,4 bilhões, ante lucro de R$ 2,5 bilhões no mesmo período do ano anterior.
“A ‘class action’ tem efeito no resultado, mas foi importante para eliminar uma incerteza que isso poderia ter nos nossos resultados. Temos trabalhado muito intensamente para solucionar passivos contingentes”, afirmou o presidente da Petrobras, Pedro Parente.
Segundo ele, a companhia brasileira está muito mais organizada em termos de governança, integridade e gestão, “eliminando fraquezas materiais e deficiências significativas de controle”.