Folha de S.Paulo

DEM e PSDB podem se opor em 5 estados

Aliados históricos consideram candidatur­as próprias para governos em Minas, Mato Grosso, DF, São Paulo e Rio

- TALITA FERNANDES DANIEL CARVALHO

Secretário-geral do PSDB diz, no entanto, que partidos devem convergir ao longo das definições de palanques

Aliados históricos, DEM e PSDB podem se enfrentar em ao menos cinco estados na disputa pelos governos locais nas eleições de outubro deste ano.

O DEM já definiu que terá candidato em sete estados, entre eles Bahia, Minas, Distrito Federal, Mato Grosso e Goiás, e avalia candidatur­as em outros lugares, como São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.

Já o PSDB tem como meta lançar candidatur­as próprias em 11, incluindo, assim como o DEM, nomes em Minas, Mato Grosso, DF, São Paulo e Rio.

O caso de Minas, que detém o segundo maior número de eleitores do Brasil, preocupa o governador de São Paulo e pré-candidato ao Planalto pelo PSDB, Geraldo Alckmin.

Os tucanos querem ter candidatur­a própria para o governo mineiro. Para isso, articulam para que o senador Antonio Anastasia (MG) aceite o apelo de tucanos para se candidatar ao cargo.

Eleito senador em 2014, ele tem mandato vigente até 2023, mas já avisou que aceita discutir sua candidatur­a ao cargo.

Anastasia governou Minas entre 2010 e 2014, sucedendo Aécio Neves (PSDB-MG).

No estado, o DEM deve lançar candidatur­a de Rodrigo Pacheco. Atualmente deputado federal pelo MDB, o mineiro está com malas prontas para se filiar ao Democratas nesta segunda (19). Termina do dia 7 de abril a janela partidária, período em que deputados ficam autorizado­s a mudar de legenda sem o rispria co de perderem os mandatos.

A cúpula do DEM não descarta parceria com o PSDB em outros estados como Amapá, Pernambuco e Pará.

“Hoje, temos uma pulverizaç­ão de partidos, o que gera muitas candidatur­as a presidente. Os palanques estaduais têm uma dinâmica pró- e não devem aguardar a definição nacional”, disse Rodrigo Garcia, líder do DEM na Câmara e coordenado­r da pré-campanha de Rodrigo Maia ao Planalto.

Garcia, por exemplo, é cotado pelo DEM para disputar o governo de São Paulo.

Especulado como possível vice na chapa de Alckmin, o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM-PE), não vê “muito contraste” entre os dois partidos. “O cenário ainda está em formação, não dá para avaliar o quadro com as pré-candidatur­as. Por enquanto precisa avançar para nós termos mais clareza da realidade local”, afirmou.

O secretário-geral do PSDB, deputado Silvio Torres (SP), acredita que, ao longo das definições dos palanques, as siglas vão convergir. “Provavelme­nte estaremos juntos na maior parte dos estados.”

DEM e PSDB estiveram juntos nas duas vezes em que Fernando Henrique Cardoso venceu as eleições presidenci­ais, em 1994 e 1998. Ainda com o nome de PFL, a legenda ocupou o posto de vice do PSDB com Marco Maciel.

Maia foi lançado este mês pré-candidato ao Planalto ao mesmo tempo em que o DEM elegeu o prefeito de Salvador, ACM Neto, seu presidente nacional.

Apesar do cenário atual, a manutenção dos dois partidos separados nas eleições é vista como temporária, sobretudo se persistir o cenário em que Alckmin e Maia demoram a decolar nas pesquisas.

Internamen­te, os democratas dizem que se a corrida solo presidenci­al se mostrar inviável até julho, prazo máximo para convenções, isso pode ser repensado.

ACM Neto tem conversado com tucanos e, caso a candidatur­a de Maia não decole, o DEM deve avançar na possibilid­ade de chapa com Alckmin.

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Pedro Ladeira - 9.ago.2017/Folhapress Alckmin (PSDB) e Maia (DEM), durante encontro em agosto

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