Folha de S.Paulo

Quando o mando é desmando

- JUCA KFOURI

COMO IGUALDADE de oportunida­des não é o forte do futebol brasileiro, o Corinthian­s jogará em sua velha casa, o Pacaembu, domingo (18) o jogo de ida das quartas de final do Estadual e na nova, em Itaquera, quintafeir­a (22) o de volta.

São Paulo, Palmeiras e Santos que se lasquem ao jogar o primeiro jogo nos estádios dos adversário­s.

Afinal, nem São Caetano, desta vez, nem Novorizont­ino e nem o Botafogo quiseram mudar seus mandos em busca de mais renda.

Se quisessem, mudariam porque assim permite o regulament­o aprovado por todos —o que torna inócuo, e cínico, o protesto da rainha da Inglaterra alviverde, que o assinou.

Clara está, porém, a vantagem do Corinthian­s.

Pueril dizer que o Bragantino pode vencê-lo no Pacaembu porque também pode em Itaquera.

Negar ser muito melhor para o alvinegro paulistano fazer as duas decisões na capital é tentar minimizar da República furou.

O único ponto negativo para o Corinthian­s neste domingo está em ser obrigado a ganhar, o que não aconteceri­a se jogasse em Bragança Paulista —não a vitória e sim a obrigação, bem entendido. Não é o caso do Santos. Jogar no estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto, raramente é fácil e o Botinha sabe que sua chance de chegar à Vila Belmiro com alguma chance depende de ir bem logo mais desesperad­or da região.

Se os jogos dos dois alvinegros pela Copa Libertador­es mostraram algo que se possa aproveitar nos embates deste domingo parece evidente que sobra ao Santos o poderio ofensivo que falta ao Corinthian­s.

Fazer 3 a 1 no tradiciona­l Nacional uruguaio, e com dez jogadores durante todo o segundo tempo graças a mais um destempero de Gabigol, é incomparav­elmente mais difícil que ganhar de 2 a 0 do frágil venezuelan­o

Órfão, contudo, segue o nosso futebol, capaz de mudar o significad­o do vocabulári­o da bola até em seus significad­os mais simples: mando virou desmando. ASSINADO, MESSI O belga Thibaut Courtois é tido e havido, com razão, como um dos melhores goleiros do mundo e é pago à altura do que rende ao milionário Chelsea.

Se fosse um colecionad­or de canetas, Courtois compraria todas que quisesse.

E se não era passou a ser depois de presentead­o com duas por Lionel Messi.

Aos 25 anos, quase 2 metros de chutar ao gol com tão pouco ângulo e esqueci de fechar as pernas”, confessou o arqueiro, constrangi­do.

Difícil dizer se Courtois é melhor que De Gea, que Petr Cech ou, principalm­ente, que o ora machucado Neuer.

Cada vez mais fácil assinar embaixo de quem avalia Messi como segundo melhor jogador da história, capaz de deixar Diego Maradona para trás.

Com caneta de ouro.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil