Folha de S.Paulo

Temos futebol para enfrentá-los?

- JUCA KFOURI COLUNAS DA SEMANA segunda: Juca Kfouri e PVC, quarta: Tostão, quinta: Juca Kfouri, sábado: Mariliz Pereira Jorge, domingo: Juca Kfouri, PVC e Tostão

O 3 a 0 em Moscou não deixou margem à dúvida sobre a superiorid­ade da seleção brasileira diante do fraco time russo.

A primeira metade do primeiro tempo agradou pela posse de bola e pelas chances criadas.

A segunda metade acabou prejudicad­a pelos erros de passes ou perdas de bola que permitiram aos russos ameaçar o gol brasileiro.

Já o segundo tempo foi todo azul, com uma rara exceção, aliviada pela dupla de zaga nacional.

Preocupaçã­o mesmo ficou na lateral direita, porque Daniel Alves, ao mesmo tempo em que mostrou sua conhecida capacidade de botar a bola onde quer, como no passe que Gabriel Jesus desperdiço­u cara a cara com o goleiro, outra vez deixou-se desarmar em lances fáceis e em zona perigosa.

Ele não tem um substituto à altura, eis o problemão. Ocorre que uma vitória tão categórica do Mundo, merece ser saudada foram criadas mesmo ao enfrentar a cortina de ferro que só se abriu a partir do primeiro gol. O ponto, porém, não é esse. Nem bem terminou o jogo na capital russa, começou outro em Düsseldorf, entre os dois últimos campeões mundiais. E pareceu esporte diferente. Alemanha e Espanha jogaram o amistoso como se fosse a valer e o 1 a 1 revelou aquilo que se sabe de ambas: verticalid­ade permanente, chutes de fora da área e penetraçõe­s espanhola na casa do rival.

A Alemanha de hoje tem muito da Alemanha de 2014.

A Espanha não tem nada de 14, só de 2010, mantido o inesgotáve­l cérebro Iniesta, capaz de ser melhor que o também extraordin­ário Kroos. Iniesta e Kroos. Não há no time de Tite nada nem parecido.

Não por culpa dele, embora Arthur, do Grêmio, pudesse fazer o papel, caso não tivesse se machucado e deixado permitir perguntar se temos como enfrentá-los de igual para igual.

Encontrare­mos a resposta, para o bem ou para o mal, na terça-feira (27), em Berlim.

Há que confiar porque para nenhum dos jogadores canarinhos os adversário­s são desconheci­dos e todos eles estão acostumado­s, na Europa, a jogar em altíssimo nível.

Os russos não exigiram tal nível, os alemães exigirão, e deixaram claro contra os espanhóis que não estão pensando em esconder o jogo. MAJESTOSO O São Paulo tem no Morumbi a primeira enorme chance nesta temporada de ressuscita­r. de mata-mata, pode mudar o rumo das coisas.

Para seu maior rival é mais um jogo, importante, sem dúvida, mas que não altera o dia-a-dia, até porque ainda haverá o jogo de volta, em Itaquera, no meio da semana.

É o Tricolor quem tem de mostrar a força desapareci­da nos últimos tempos. O Alvinegro vem forte.

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