Luiz Felipe Scolari foi o único representante em 2014.
DE SÃO PAULO
A sequência de fracassos do Brasil nas últimas Copas afundou o prestígio de um típico produto de exportação do futebol do país: os treinadores brasileiros praticamente desapareceram das seleções estrangeiras.
Levantamento da Folha em todos os jogos das últimas quatro eliminatórias para a Copa do Mundo mostra que a presença de técnicos do Brasil no exterior entrou em queda depois do Mundial da Alemanha, em 2006.
No qualificatório para aquela Copa, na sequência do penta, 16 países tiveram brasileiros no comando das suas equipes nacionais —de Portugal a Togo. Na fase de classificação para a Copa deste ano, três selecionados de pouca expressão recorreram a um nome do país: Barbados, Belize e Timor-Leste.
Se os brasileiros perderam espaço, outras nacionalidades avançaram em prestígio.
Nas eliminatórias para o Mundial russo, técnicos argentinos e espanhóis dominaram o mercado com franceses e alemães, cujas nações são tradicionais exportadoras dessa mão de obra.
A Argentina terá o maior número de treinadores na Copa deste ano. Das 32 seleções classificadas para o torneio, 4, além do próprio time albiceleste, são comandadas por nomes do país vizinho.
O único brasileiro nessa função será Tite, assim como PRESTÍGIO EM BAIXA A demanda de seleções estrangeiras por técnicos do Brasil é antiga. No fim da década de 1960, o bicampeão mundial Didi levou a seleção peruana à Copa do Mundo, e Carlos Alberto Parreira, aos 24 anos, tornou-se treinador de Gana (leia texto ao lado).
Nas décadas seguintes, vários países interessados em desenvolver o futebol recorreram a brasileiros, respaldados pelos currículos e também pelo prestígio associado à seleção canarinho.
A queda verificada neste século é motivada, segundo profissionais da área, por um conjunto de fracassos.
Nessa lista estão resultados ruins nas últimas edições de Copa do Mundo e Copa América, conhecimento limitado dos técnicos do país