PARCEIRAS NO CRIME
Adriana Esteves volta ao papel de vilã em trama das nove; intérprete de Carminha em ‘Avenida Brasil’, ela faz agora cafetina que orienta maldades de bandida encarnada por Deborah Secco
Se existem situações em que palavras rudes não soam como ofensa, aí vai um exemplo: “Você é pistoleira, bandida. Gente como a gente não se apaixona”, diz Laureta (Adriana Esteves) para Karola (Deborah Secco).
As duas vilãs da próxima novela das 21h da Globo, “Segundo Sol”, que tem estreia em maio, além de qualificadas para o crime, são amigas mais que íntimas. A obra tem direção artística e geral de Dennis Carvalho e direção geral de Maria de Médicis.
Areportagemacompanhou gravações da cena em Trancoso (BA), na tarde da última terça, quando elas confabulavam contra o protagonista Beto Falcão (Emilio Dantas).
Beto é um cantor de axé que sofre um acidente, é dadocomomortoenãodesmente a própria morte para ver seu repertório bombar.
As vilãs sabem que ele está vivo. Consideram, na cena em Trancoso, a hipótese de matá-lo de verdade, mas Karola está apaixonada demais, e é sobre isso que falam. Ela vai fazer de tudo para separar o cantor de Luzia, encarnada por Giovanna Antonelli.
Pistoleiras não amam? Depois da gravação, as atrizes admitem que essa demonstração de força é balela.
Laureta, autora do conselho, vai se apaixonar —as atrizes não adiantam por quem. “É o ponto fraco dela, quando se apaixona, fica fragilizada”, adianta Secco.
O que uniu as duas lá atrás é um dos mistérios da trama. “Quando começa a novela, ninguém sabe do passado delas”, adianta Esteves.
“O que dá para perceber é que elas têm uma história antiga. Isso é o que, aos poucos, o João [Emanuel Carneiro, autordanovela,]vairevelando”.
Sua personagem é a mestra da bandida vivida por Secco. “Elas estão sempre armando. Precisam tirar da frente o que atrapalha”, resume Esteves.
A atriz repete parceria com Carneiro, com quem trabalhou em “Avenida Brasil”. Na novela de 2012, fez uma das vilãs mais populares da década, a barraqueira Carminha.
Agora é a vez de uma cafetina de luxo, personagem menos destemperada do que a anterior (se é que é possível dizer isso sobre uma assassina em potencial).
Diferenças à parte, o risco de que uma atriz, reincidente na obra de um autor, se repita é algo a ser considerado, diz.
“Isso é pensado por todos nós, não só intérpretes, mas pela equipe inteira, autor, di- uma novela de João Emanuel Carneiro