‘The Terror’ mescla história real e monstros marinhos
Série da AMC que estreia hoje reconta o sumiço dos navios Erebus e Terror
Atração de dez episódios recriou boa parte das embarcações inglesas em estúdio, e carregou no uso de efeitos digitais FOLHA,
Os navios Terror e Erebus eram o orgulho da Marinha Real Britânica no século 19. O primeiro bombardeou os EUA na guerra de 1812. Em 1845, partiram rumo a uma missão inédita:encontrarapassagem do Noroeste entre os oceanos Atlântico e Pacífico. Mas os dois nunca mais foram vistos.
O real e misterioso destino das tripulações formadas por 129 homens serve de base para a fantasia de “The Terror”, série de antologia no estilo “American Horror Story” do canal pago AMC que estreia neste domingo (25), às 22h30.
Baseado no livro homônimo do americano Dan Simmons,misturafatoshistóricos e filmes de monstros, algo como um encontro de “Mestre dosMares(2003)com“OEnigma de Outro Mundo (1982).
“The Terror” imagina uma criatura atacando marinheirosquandoosnaviosficamencalhados no mar congelado do estreito de Victoria, ao norte do Canadá. Mas os livros de história têm muitas lacunas.
“Queríamos ser o mais fiéis possível à realidade. Mas há muitacoisadesconhecida.Por queatripulaçãodeixouquilos de comidas e levou porcelana chinesa como carga?”, diz a produtoraSooHugh(“TheKilling”) em entrevista à Folha.
A primeira temporada, de dez episódios, relata a expedição liderada por Sir John Franklin (Ciarán Hinds, de “Game of Thrones”) e o capitão Francis Crozier (Jared Harris, de “Mad Men”) e a hipótesesobrenaturalparaosumiço.
“Nãoestavainteressadoem histórias com homens correndo e sendo abatidos. Mas li o roteiroeelepassavalongedisso. O monstro é uma metáfora para a atitude da coroa britânica imposta ao mundo naquela época”, conta Harris.
Após circular sem sucesso em Hollywood como um longa , “The Terror” recebeu o sinal verde em 2016. Os roteiros foram escritos em dez semanas,enquantoapré-produção era montada em Budapeste e na Croácia. As filmagens duraram sete meses, e a edição e os efeitos, quase nove meses.
Umas das decisões cruciais foiadenãofilmarcenasdaunidade principal no mar de verdade—umpesadeloclimático.
A equipe de direção de arte recriou boa parte dos navios em estúdio, adicionando trilhos,plataformasmóveisesistemas de propulsão.
“Há uma cena de mergulho que toma dois minutos na tela, que levaria dois dias para ser filmada em tanques d’água. Viktor [Muller, supervisor de efeitos visuais] disse que poderia fazer tudo no seco e depois adicionar a água. Foi um salto no escuro”, diz o produtor David Kajganich.
Seis meses após o início da produção, uma notícia aterrorizoumaisaequipeque monstros: exploradores encontraram destroços do Terror (Erebushaviasidoencontradoem 2014), o que poderia colocar em dúvida a exatidão histórica da trama. Era só um susto. NA TV The Terror Estreia da primeira temporada neste domingo (25), às 22h30, no canal pago AMC
Escolhido pela TV Cultura como novo apresentador do Roda Viva, o jornalista Ricardo Lessa afirma que o programa começa no próximo dia 9 uma “outra fase”.
Em reunião na última segunda (19) com o conselho da Fundação Padre Anchieta, mantenedora do canal do governo paulista, ele foi instruído a buscar pluralidade.
“Foi essa a encomenda, e nada mais é do que aquilo que eu quero fazer”, afirma ele. “Acredito que a lição número um do jornalismo é ouvir o outro lado.”
Questionado sobre Augusto Nunes, que deixa o programa, comenta que “ele tem as posições lá dele, mas, enfim, parece que ele encerrou uma fase aqui da Cultura”. “Agora, vamos nos preocupar com a nossa.”
Acrescenta: “Também tenho minhas posições, mas acho que não é o caso. Vou ser um mediador aqui, vou procurar levantar ideias, colocar o máximo de diversidade que conseguir”.
Entre outros veículos, em 42 anos de jornalismo, Lessa, 61, trabalhou na GloboNews, ajudando a formatar e apresentando o programa de entrevistas Entre Aspas. ESCOLA GLOBO A principal referência profissional que ele carrega para a TV Cultura é Alice-Maria, executiva da Globo por mais de cinco décadas e responsável pela implantação da GloboNews.
“Eu aprendi televisão com a escola da Globo, a escola da Alice-Maria, uma grande mestre”, afirma. Lembra que, curiosamente, começou seuaprendizadoquandoambos conviveram, mais intensamente, na criação da hoje extinta TV Manchete.
Lessa sublinha a diversidade de sua própria trajetória, ao falar do que pretende priorizar no Roda Viva.
“Passei por tudo quanto é mídia, desde impresso diário e semanal, rádio na Voz daAmérica,nosEstadosUnidos”, recorda, mencionando a estatal americana.
Antes, foi da equipe que criou o jornal Hora do Povo, então ligado ao grupo guerrilheiro MR-8, época em que se engajou mais em política.
“Foi 1980, 1981, ainda ditadura”, diz. “O HP ganhou duas bombas pela frente e ninguém apurou. Toda a imprensa alternativa sofreu na época, que culminou com o [ataque ao] Riocentro.” MUDANÇAS O jornalista foi surpreendido pelo convite, a semanas da estreia, e corre para se integrar à produção.
Nesta última semana, gravou dois pilotos, um deles técnico, para se ambientar. Também realizou as primeiras reuniões, por exemplo, com a área digital.
Ele adianta que, gradualmente,serãointroduzidasdiversas mudanças no programa. Uma das primeiras será buscar maior dinamismo em plataformas sociais.
O próprio formato do programa deve passar por alterações, inclusive de cenário. “Não é nem questão minha, é da direção. Eles já estavam atentos ao formato.”
Lessa reforça que o Roda Viva é “um espaço histórico na televisão brasileira, que atravessou diversos governos, períodos mais conturbados”. Em todos, “sempre foi esse lugar de respirar, de liberdade, de pluralidade”.