Folha de S.Paulo

Coleção Folha para crianças traz ‘As Bodas de Fígaro’

Volume chega às bancas no domingo (1º) com ópera escrita por Mozart

- CRIS MARTINS DA SILVA

Livro conta a história de amor entre criados de um castelo que tem como obstáculo um galanteado­r Conde FOLHA

Escrita em seis semanas, a ópera do austríaco Wolfgang Amadeus Mozart “As Bodas de Fígaro” chega às bancas no próximo domingo (1º) pela Coleção Folha Concertos e Óperas para Crianças. O sétimo volume apresenta uma divertida comédia cheia de intrigas e falcatruas.

A história ilustrada se passa no castelo do vaidoso e galanteado­r Conde, onde os criados Fígaro e Susana enfrentam dificuldad­es para organizar o próprio casamento.

O patrão é o principal obstáculo para a concretiza­ção da união, ao tentar incessante­mente conquistar Susana. O comportame­nto incomoda o casal e também a Condessa, que passa a desconfiar de seu marido e criar armadilhas para pegá-lo em flagrante.

A obra aborda temas como o amor como meio de superar barreiras, a importânci­a da perseveran­ça para realizar um objetivo e o papel da confiança num relacionam­ento.

O conjunto reflete também o teor —subversivo à época— da obra, que interroga o elitismo da arte pré-Revolução Francesa e os valores da nobreza ao escalar criados como protagonis­tas de uma ópera.

O libreto do italiano Lorenzo Da Ponte (1749-1838) sofreu cortes durante o reinado de Luís 16, mas ainda assim conseguiu levar ao grande público diversos questionam­entos espirituos­os acerca de costumes aristocrát­icos.

A estreia ocorreu em maio de 1786 no Burgtheate­r de Viena, quando Mozart (17561791) tinha 29 anos. “Aqui não se fala de outra coisa que não de Fígaro, não se toca, canta ou assobia outra coisa que não Fígaro, nenhuma ópera foi mais assistida que Fígaro. E Fígaro para sempre!”, declarou Mozart sobre o sucesso da ópera em Praga.

“É uma comédia ágil, brilhante, escrita por um homem que tinha uma intenção muito clara e sabia que a comédia é feita para divertir, que a crítica fica muito mais penetrante quando o público a vê apresentad­a em um bom espetáculo”, afirmou Barbara Heliodora (1923-2015), crítica do teatro brasileiro. ORIGEM O libreto que acompanha a composição de Mozart foi baseado na peça de teatro “La Folle Journée, ou Le Mariage de Figaro” (O Dia Louco, ou As Bodas de Fígaro), do francês Pierre-Augustin Caron de Beaumarcha­is (1732-99).

“As Bodas de Fígaro” também foi a primeira de uma série de óperas de compositor­es diferentes conectadas pela cidade de Sevilha.

A obra de Mozart e Da Ponte precisou, sob pressão do Estado, ser transposta para a região espanhola. Volume 18 da coleção ,“Fidélio”, de Ludwig van Beethoven (17701827), também se passa ali.

Posteriorm­ente surgem “O Barbeiro de Sevilha”, de obra escrita por Gioachino Rossini (1792-1868) quase 30 anos depois, mas que aborda fatos que antecedem “As Bodas de Fígaro”. A ópera de Rossini estará no nono volume da coleção.

Mozart trouxe avanços na parte musical ao usar, por exemplo, um clarinete pela primeira vez em uma orquestra sinfônica. O compositor também se vale do tempo “prestissim­o”, velocidade de compasso muito mais rápida, um andamento pouco usado na época. A confusão é constante na história.

Além do livro com a narrativa, o sétimo volume da Coleção Folha contempla o leitor mirim com passatempo­s e um CD com uma gravação da Orquestra Nicolaus Esterházy Sinfonia, sob regência de Michael Halász. Há informaçõe­s que relacionam trechos da história a faixas do álbum.

 ?? Jefferson Coppola - 8.fev.2006/Folhapress ?? Ensaio geral de ‘As Bodas de Fígaro’, que integrou as comemoraçõ­es dos 250 anos de Mozart, em 2006, em São Paulo
Jefferson Coppola - 8.fev.2006/Folhapress Ensaio geral de ‘As Bodas de Fígaro’, que integrou as comemoraçõ­es dos 250 anos de Mozart, em 2006, em São Paulo

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