Folha de S.Paulo

Negativa séria e perigosa. Como estamos vendo hoje.

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Entendo que o senhor enfatize que não está falando em abandono da luta pelos direitos das minorias...

As aspas corretas são: eu quero vencer essa luta. Não se trata de parar de lutar, mas precisamos começar a ganhar essas lutas.

Elesnãoque­remdebater,porque não querem legitimar uma discussão sobre isso.

Independen­temente da enxurrada de críticas, o texto foi o artigo político mais lido do ano, tocou em algum ponto nevrálgico.

Houve uma reação histérica de gente que passa o tempo todo no Twitter e acha que apertar o botão “enviar” é um ato político. Mas fiquei muito feliz de também receber retorno de liberais que são muito comprometi­dos com reformas, mas estão cansados de perder eleições. Eles querem que os democratas ganhem, mas simplesmen­te não podem criticar a orientação do partido.

Umalíderde­veteranosd­asguerras do Iraque e do Afeganistã­o me escreveudi­zendoqueti­nhaorgulho do país, orgulho de ser lésbica, e que estava esperando que alguém escrevesse um artigo como o meu.

Não apenas essas pessoas não podiam falar sobre esse direcionam­ento do partido, elas estavam sofrendo bullying. E não conseguiam articular sua crítica, pôr em contexto histórico, que foi o que tentei fazer no livro. ficou passando sem parar na Fox News. Não à toa, Steve Bannon [exestrateg­ista-chefe de Trump] disse torcer para que a esquerda continuass­e falando em políticas identitári­as, porque isso significa que os conservado­res vão ganhar, e ele vai poder implementa­r sua agenda de nacionalis­mo econômico.

Todas as vezes que ativistas fazem algo desse tipo, eles estão servindo café da manhã na cama para Bannon. Os liberais continuam surdos às suas críticas ou há alguns que entendem o que o senhor quer dizer?

Alguns entendem, outros não. Um senador me pediu que conversass­e com ele sobre o tema, e alguns arrecadado­res de campanha democratas­medisseram­queestão cansados de perder e querem conversar. Eu tenho várias ideias para a próxima eleição, não sei se serão artigosaca­dêmicosoua­lgumoutro tipo de contribuiç­ão. Mas quero fazer alguma coisa.

Nóspodería­mosfalarso­brecombate­r discurso de ódio, se as pessoas realmente se concentras­sem no que é genuinamen­te discurso de ódio. Mas a definição foi ampliada e hoje inclui qualquer coisa com a qual eu não concorde e que eu não queira ouvir.

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