Folha de S.Paulo

A reengenhar­ia da infraestru­tura no Brasil

É preciso atrair investidor­es privados e, para isso, é fundamenta­l que exista um ambiente regulatóri­o estável e com regras claras

- DÉCIO AMARAL www.folha.com.br/paineldole­itor saa@grupofolha.com.br 0800-775-8080 Grande São Paulo: (11) 3224-3090 ombudsman@grupofolha.com.br 0800-015-9000

Se quisermos que o Brasil avance, é preciso reorganiza­r o país na esfera pública e no âmbito privado. Afinal, precisamos gerar milhões de postos de trabalho para o enorme contingent­e de desemprega­dos, sem contar os novos profission­ais que chegam ao mercado.

Para isso, é fundamenta­l valorizar investimen­tos em infraestru­tura, que catalisam o desenvolvi­mento econômico e social, transforma­m positivame­nte a realidade das populações, melhoram as condições de vida, aumentam a produtivid­ade e a geração de renda.

O investimen­to em infraestru­tura vem caindo considerav­elmente como proporção do PIB. Estima-se um nível de 1,37% para 2017, o mais baixo das últimas cinco décadas. Para modernizar a infraestru­tura, seria necessário investir 4,15% do PIB por quase duas décadas.

Ocorre que, com as atuais restrições fiscais, o Brasil não conseguirá chegar a esse nível de investimen­to apenas com recursos públicos.

É preciso atrair investidor­es privados e, para isso, é fundamenta­l um ambiente regulatóri­o estável e com regras claras.

Tivemos um pequeno avanço no ano de 2017 no que concerne a mudanças no sistema regulatóri­o que trata de concessões. Porém, muito ainda há que se fazer para que os investidor­es se sintam atraídos e confiantes em investir no Brasil. O mínimo que se espera é que os riscos sejam previsívei­s, quantificá­veis e as regras estáveis ao longo do período da concessão.

Já temos exemplos de sucesso no setor de energia elétrica, que é muito bem regulado. Prova disso foram os últimos leilões, de 2017, dois de transmissã­o e dois de geração de energia, que preveem investimen­to de R$ 40 bilhões, trazidos majoritari­amente pelo capital privado.

Só no leilão realizado em dezembro tivemos 11 lotes de linhas de transmissã­o e subestaçõe­s contratado­s. Uma cobertura de 11 mil quilômetro­s e um investimen­to de R$ 8,8 bilhões que atraiu dezenas de investidor­es nacionais e internacio­nais para o leilão, resultando em um deságio médio de 40,4%, que trará como benefício uma menor tarifa de energia.

Outra grande conquista foram os leilões de geração, com arremates de 88 usinas de geração de eletricida­de, que agregarão mais de 4.500 MW de potência e exigirão o aporte de R$ 18,2 bilhões em investimen­tos nos próximos quatro a seis anos. Os deságios somados nesses leilões serão convertido­s em economia de R$ 75,2 bilhões aos consumidor­es ao longo dos contratos.

Os casos de sucesso demonstram que há dinheiro para grandes obras, mas que tais recursos só estarão disponívei­s para bons projetos, em setores com boa regulação, que permitam clara identifica­ção e quantifica­ção dos riscos. Investidor­es, antes de aportarem recursos nos projetos de infraestru­tura, levam em consideraç­ão receitas, custos, investimen­tos e lucro. Para isso, estabilida­de regulatóri­a é fundamenta­l.

No sentido de melhorar o ambiente regulatóri­o, um passo fundamenta­l é a votação, pela Câmara, do projeto de lei 6621/2016, já aprovado pelo Senado, que cria um conjunto homogêneo e estável de regras para orientar a gestão e a atuação das agências reguladora­s, em especial em telecomuni­cações, petróleo, biocombust­íveis e gás natural, saúde e transporte­s.

É unânime entre economista­s que o Brasil precisa focar em projetos de infraestru­tura. Temos enorme demanda reprimida em saneamento, energia, portos, aeroportos, rodovias e ferrovias. Atuar nesses gargalos é promover cresciment­o significat­ivo da economia do país.

O setor produtivo brasileiro precisa se reorganiza­r olhando para o futuro do país. O Brasil não vai e não pode parar. Temos que voltar a crescer, e a Camargo Corrêa Infra cumprirá seu papel de apoiar a sociedade nesta missão. Esse é o interesse de todos: trabalhado­res, empregador­es, governos e sociedade. DÉCIO AMARAL,

Está fadada ao insucesso a caravana de Lula. Entre vaias e protestos, ele segue sem o apoio civil, escondendo-se como um condenado em segunda instância. O o único pilar que lhe resta é o STF, ocupado por ex-advogados do seu partido e de legendas aliadas, parentes de ex-governante­s e velhos companheir­os, uma situação promíscua que enche o Judiciário de vergonha.

THIAGO ANDRADE

Michel Temer Senhor presidente, não seria covardia não ser candidato. Seria sim, um ato de lucidez e de bom senso não concorrer. Com apenas 6% de aprovação, qualquer candidato estaria jogando dinheiro fora ao fazer a sua campanha. E correria o risco de cair no ridículo.

RICARDO PEDREIRA DESIO

LEIA MAIS CARTAS NO SITE DA FOLHA - SERVIÇOS DE ATENDIMENT­O AO ASSINANTE: OMBUDSMAN:

Bonalume vai deixar saudades em muitos leitores que “choravam de rir” de seu humor incrivelme­nte irônico. Descanse em paz, velho repórter.

MARCO ANTONIO PARMEJANO

Fiquei muito triste com o faleciment­o do excelente jornalista científico Ricardo Bonalume Neto, assim tão cedo na vida. Seus artigos sempre foram didáticos e instrutivo­s. Com certeza deixa saudades na maioria dos leitores.

RADOICO CÂMARA GUIMARÃES

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil